[N. Coimbra, 9.2.1790 ? m. Lisboa, 2.8.1853] Bacharel em Leis pela Universidade de Coimbra (1819) exerceu a advocacia na sua cidade natal, mas optou pela magistratura, sendo aprovado em 28.1.1820. Foi nomeado juiz de fora da ilha do Pico, por carta de 21.4.1823. Em Fevereiro de 1827 foi eleito deputado às Cortes pela Província dos Açores, tendo sido o líder político principal dessas eleições.
Quando as Cortes foram dissolvidas e o país se dividiu em duas facções, abraçou a causa liberal, que desde sempre defendera e serviu sob as ordens da Junta do Porto, pela qual foi nomeado, por portaria de 28.5.1828, delegado de polícia em Coimbra. Com a derrota da Junta exilou-se em Inglaterra, Bélgica e França até ao ano de 1833. Na emigração seguiu o partido de Saldanha. Foi deputado nas legislaturas de 1834-36; 1837-38; 1838-40 e 1851-52, mas nunca mais pelos Açores. Foi dos mais activos membros na Revolução de Setembro, em 1836 e lutou contra os Cabrais na guerra civil de 1846-47, sendo então preso. Foi um maçon notável e um dos chefes da Maçonaria dissidente, em 1835, e redactor de Nacional. J. G. Reis Leite (Fev.2001)
Bibl. Instituto de Arquivos Nacionais/ Torre do Tombo (Lisboa), Leitura de Bachareis, Letra L, Maço 17, nº 27. Id., Mercês de D. João VI, Liv. 16, fl. 250. Gomes, M. (1894), Luctas Caseiras. Portugal de 1834 a 1851. Lisboa, Imp. Nacional. Marques, A. H. O. (1977), História da Maçonaria em Portugal. Lisboa, Ed. Presença, III. Leite, J. G. R. (1999), As Primeiras Eleições Cartistas nos Açores em 1826. Arquipélago. História, (2), 3: 325-380.