[N. Santa Maria de Sá, Valença, 21.12.1772 - m. Angra do Heroísmo, 3.4.1821] Brigadeiro do exército português, foi o 7º governador e capitão-geral das ilhas dos Açores, governando no triénio de 1817-19. Filho de uma casa nobre do Norte de Portugal, era irmão do 1.º conde da Barca, ministro da Marinha e Ultramar de D. João VI e a quem deveu a nomeação. Fidalgo cavaleiro, condecorado na Guerra Peninsular, onde se distinguiu, com o grau de cavaleiro da Torre e Espada e, em 1817, com o Hábito da Ordem de Cristo. Do Conselho de SMF e comendador de S. Bento de Avis. O seu governo na capitania açoriana começou com grandes auspícios e dirigia-se em três linhas de força ? desenvolvimento da agricultura, por meio de arroteamento e cultura de terrenos baldios; melhoramentos da viação pública, como factor indispensável ao desenvolvimento agrícola; reorganização das forças armadas, como elemento essencial à defesa das ilhas. A sua acção, porém, foi desastrosa devido à maneira prepotente como a exerceu e à sua incapacidade para resolver as questões sem gerar contínuos conflitos com a maioria dos cidadãos. Concluído o seu período governativo, continuou a residir em Angra, onde uma filha e uma enteada haviam constituído família, sendo em 2.4.1820 o cabecilha da primeira revolução liberal que formou a Junta Provisória do Governo Supremo dos Açores, a que presidiu. Na contra-revolução foi assassinado, no Castelo de S. João Baptista, na noite de 3 de Abril, pela soldadesca enfurecida e de seguida insultado o seu cadáver pela população, que o odiava desde os dias do seu governo. Em 1869, foi-lhe erigido um monumento fúnebre no Cemitério do Livramento, em Angra. J. G. Reis Leite (Jun.1997)
Bibl. Drummond, F. F. (1859), Annaes da Ilha Terceira. Angra do Heroísmo, Câmara Municipal, III: 268. Maia, F. A. M. F. (1988), Capitães Generais, 1766-1831. Subsídios para a História de S. Miguel e Terceira. 2.ª ed., Ponta Delgada, Emp. Gráfica Açoriana. Pinheiro, J. J. (1893-1896), Épocas Memoraveis da Ilha Terceira. Angra do Heroísmo, Tip. Minerva, V (1642-1820): 295 e segs. e VI (1821-32): 26 e segs. Valadão, F. L. (1964), Dois Capitães Generais e a 1.ª Revolução Constitucional na Ilha Terceira. Lisboa, Panorama.