[N. Nova Goa, Índia Portuguesa, 15.5.1891 - m. Lisboa, 26.2.1973] Oficial do Exército e pioneiro da aviação portuguesa. Frequentou a Escola do Exército e iniciou a carreira de oficial, em 1911, na arma de cavalaria. Quando eclodiu a guerra, encontrava-se no Sul de Angola como comandante do 1.º Esquadrão dos Dragões no Planalto. Fez parte do destacamento de Naulila que resistiu à invasão alemã, nas marges do Cunene, tendo sido feito prisioneiro. Quando regressa do cativeiro, incorpora-se no grupo dos primeiros oficiais que organizou a aviação portuguesa, tendo frequentado cursos nos Estados Unidos. Nos anos 20, os Açores começaram a ser encarados como um ponto de apoio fundamental para a navegação aérea no Atlântico e Francisco Aragão, como secretário do Conselho Nacional do Ar, elaborou um estudo minucioso sobre a organização aeronáutica dos Açores, que se juntou a vários outros realizados por nacionais e estrangeiros. Em 1931, na sequência da Revolta dos Deportados, na Madeira e nos Açores, sobrevoou o Continente, lançando panfletos sobre várias unidades militares apelando à revolta. Pelo facto, foi demitido do Exército, tendo-se exilado em Paris, onde se juntou a outros elementos da oposição à Ditadura. Em 1940, regressa a Portugal, sendo preso. Foi enviado para a ilha Terceira, com residência fixa, mas não colaborou activamente com os elementos da oposição local. Carlos Enes (Nov.1995)
Bibl. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira (s.d.), Lisboa-Rio de Janeiro, Ed. Enciclopédia, 3 e 38.