Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Aquino, Acácio Tomás de

[N. Lisboa, 1899] Deportado. Operário da construção civil, desde jovem militou nas fileiras do anarco-sindicalismo, contestando as políticas dos diversos regimes implantados em Portugal. No período republicano, foi membro das juventudes sindicalistas e dirigente da Confederação Geral do Trabalho. No Estado Novo, foi um dos organizadores da Revolta do 18 de Janeiro de 1934, na Marinha Grande. Pelo facto, foi preso e condenado a 12 anos de degredo e prisão. A pena foi cumprida em Angra do Heroísmo, no Castelo de S. João Baptista, em 1934-36, e os restantes anos no Tarrafal, Cabo Verde. Para relatar e denunciar as atrocidades do regime, escreveu um livro, O Segredo das Prisões Atlânticas. Nos primeiros capítulos, retrata a vida na prisão de Angra, os processos a que eram submetidos os presos, os castigos na «poterna» ? uma galeria subterrânea e húmida ?, as solidariedades, mas também as denúncias e traições. No livro inclui vária correspondência entre as facções políticas dos presos que nos dão uma panorâmica das divergências existentes. Na prisão de Angra, publicou um pequeno jornal manuscrito, clandestino, O Brado Libertário, órgão dos prisioneiros, em 1934-35. Colaborou, ainda, no período posterior ao 25 de Abril na imprensa ligada ao movimento anarquista português. Carlos Enes (Out.1996)

Obras principais: (1978) O Segredo das Prisões Atlânticas. Lisboa, A Regra do Jogo.