[N. Angra, 3.1.1785- m. Lisboa, 31.7.1836] Militar. Era filho do poeta João Cabral de Melo. Emigrou para o Brasil, frequentando no Rio de Janeiro a Real Academia Militar e, terminado curso, já no posto de capitão do Real Corpo de Engenheiros, foi nomeado lente substituto da cadeira de Matemática, em 2.3.1820. No ano seguinte ofereceu-se como voluntário para uma comissão nas ilhas de Cabo Verde, sendo nessa altura promovido a major. Passou por Lisboa e, depois de várias peripécias com as Cortes, que se recusavam a cumprir as ordens régias, acabou por seguir para Cabo Verde, onde foi governador. Em 1827 foi enviado ao Rio de Janeiro a cumprimentar D. Pedro IV, tendo no regresso naufragado na Baía. Já em Lisboa, em 1828, foi professor da Real Academia de Fortificações, Artilharia e Desenho. Foi preso no castelo de S. Jorge, em 1831, e libertado pelas tropas liberais, em 24 de Julho de 1833, passando então a trabalhar nas fortificações da capital e, depois, em Setúbal. Foi promovido a tenente-coronel engenheiro em 1835. J. G. Reis Leite (Fev.2001)

Obra. (1834), Memória Destinada a Facilitar a Intelligencia da Theoria da Balistica de Mr. Bezout?.. Lisboa, Imprensa Nacional.

Bibl. Arquivo Histórico Militar (Lisboa), Cx. 609. Silva, I. F. (1973), Dicionário Bibliographico Portuguez. 2ª ed., Lisboa, Imp. Nacional, II: 177, IX: 131 [?Dicionário de Inocêncio?].