Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Cabral, António Bernardo da Costa

(1º conde e único marquês de Tomar) [N. Algodres, 9.5.1803 ? m. Foz do Douro, 1.9.1889] Começou por ser destinado à carreira eclesiástica, mas acabou por se formar em Direito pela Universidade de Coimbra. Iniciou a vida como advogado em Penela e Celorico da Beira (1826). Abraçou a causa liberal, alistando-se no batalhão académico e refugiando-se com os derrotados na Galiza (1828). Passou a Inglaterra e à Bélgica e alcançou a Terceira. Reconhecido por D. Pedro como jurista excepcional, foi nomeado para a Junta da Justiça, para o Supremo Tribunal de Guerra e, por fim, para auditor do Exército Libertador. Desembarcou no Mindelo e foi nomeado procurador régio na Relação do Porto. Com a criação da Relação dos Açores foi despachado juiz deste tribunal, regressando assim a Ponta Delgada, onde casou, em 1834, com D. Luísa Read.

Passou a participar activamente na política local, fazendo parte do Partido Reformista, a esquerda liberal, sendo eleito deputado pela Província Oriental dos Açores logo nas intercalares de 1835 e depois para a legislatura de 1836, aderindo à Revolução de Setembro e para a legislatura de 1837 e 1838. É muito interessante a sua proclamação e compromisso político para com os micaelenses, publicado no Açoriano Oriental logo após a eleição de 1835, onde se compromete a lutar pela independência da Província Oriental no campo militar e eclesiástico, pela feitura do molhe da cidade de Ponta Delgada, pela livre cultura do tabaco, entre outras coisas.

Iniciou assim, como deputado por S. Miguel, a sua carreira política mas em breve esqueceu o seu círculo de província para percorrer a brilhante carreira nacional, como ministro, chefe do governo e embaixador.

Foi conselheiro, Par do Reino, Grã-Cruz da Ordem de Cristo e de várias ordens estrangeiras, comendador de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, conde de Tomar, por decreto de 8 de Setembro de 1845, de D. Maria II e marquês, por decreto de 11 de Junho de 1878, de D. Luís I. J. G. Reis Leite (Fev.2001)

Bibl. Maia, F. A. M. F. (1994), Novas Páginas da História Micaelense (1832-1895). 2ª ed., Ponta Delgada, Jornal de Cultura: 177 e segs. Nobreza de Portugal (1961), Lisboa, Ed. Enciclopédia, III: 435 e segs.