[N. ilha Graciosa, 28.08.1820 - m. no mar dos Açores, 1893] Poeta. Foi comerciante no Brasil e posteriormente professor de Francês e Inglês nos Liceus da Horta e de Ponta Delgada. Retirando-se, por fim, da actividade docente, mudou-se para Angra do Heroísmo, onde talvez pensasse acabar tranquilamente os seus dias. Afectado, porém, pela monomania do suicídio, veio a pôr termo à vida durante uma viagem da Terceira para a Graciosa, lançando-se ao mar. Versejou correctamente, mas sem muita inspiração. Mais inclinado ao estilo laudatório do que ao devaneio lírico, foi muito recitado em homenagens e celebrações, para as quais o seu estro era com frequência solicitado. Publicou um opúsculo com o ensaio Roma perante o Século XIX, sem nome de autor (Lisboa, 1865), e um volume de 450 páginas «contendo leitura variada», que intitulou simplesmente de Páginas de Prosa e Verso (Ponta Delgada, Empresa Tipográfica dos Açores, 1878). Também fez imprimir versos em folhas volantes e colaborou com poesias e prosas avulsas em jornais como, por exemplo, O Grémio Literário, da Horta, e o *Alcyon e O Clamor Artístico, de Ponta Delgada. Algumas das suas páginas de prosa tratam de temas da história dos Açores. Eduíno de Jesus (Out.1997)