[N. 1856 - m. 1919] Herdeiro de uma das mais ricas casas micaelenses, fundada pelo seu bisavô Nicolau Maria Raposo do Amaral na segunda metade do século xviii, substitui seu pai, José Maria Raposo do Amaral, nos negócios da família e, mais tarde, na chefia do Partido Progressista (1901-16). É, segundo Luís de Bettencourt, «a mais popular figura política do tempo entre nós» (Vaz do Rego, 1995). Ainda com seu pai, torna-se um dos líderes do Movimento Autonómico e terá sido na sua casa de campo que pela primeira vez se içou a bandeira da autonomia. Gestor da Fábrica de Destilação de Santa Clara, empenha-se activamente na questão do álcool. Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada e governador civil, convida, em Fevereiro de 1897, a Comissão Distrital de Ponta Delgada a estudar possíveis modificações ao decreto de 2.3.1895. Após a Revolução Republicana, a sua conduta inicial é de não-intervenção política, mas as suas convicções monárquicas levam-no à luta pela restauração, estando na liderança da formação do Centro Monárquico do Distrito de Ponta Delgada, sendo mesmo eleito na reunião de 2.5.1915 presidente da Comissão da Junta Monárquica do Distrito. Nos anos de 1917-18 a sua acção é bem visível na elaboração das listas de candidatos aos lugares autárquicos e da Junta Geral. É, também, devido ao seu apoio e dinamismo que se funda o Partido Regionalista. Margarida Vaz do Rego (Mar.1996)
Fontes. Universidade dos Açores (Serviços de Documentação, Ponta Delgada). Arquivo José Maria Raposo do Amaral, 22 vols. (1855-1918). Diário dos Açores (1817), Ponta Delgada, 6 de Novembro.
Bibl. Cordeiro, C. (1995a), «Para uma cronologia do 1.º movimento autonomista», In Biblioteca Pública e Arquivo de Ponta Delgada (ed.), Catálogo da Exposição do 1.° Centenário da Autonomia. Ponta Delgada, BPAPD. Id. (1995b), Regionalismo e anti-republicanismo (1910-18) José Maria Raposo do Amaral. Arquipélago, Ponta Delgada (2), 2: 281-315. João, M. I. (1991), Os Açores no Século XIX. Economia, Sociedade e Movimentos Autonomistas. Lisboa, Ed. Cosmos. Leite, J. G. R. (1995), Política e Administração nos Açores de 1820 a 1910, O 1.° Movimento Autonomista. Ponta Delgada, Jornal da Cultura. Machado, M. V. R. (1995), Autobiografia de um autonomista - Luís Bettencourt de Medeiros e Câmara, In Actas do Congresso do 1.º Centenário da Autonomia dos Açores. Ponta Delgada, Ed. Jornal de Cultura, 1: 261-275.