Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Alvim, Miguel

[N. Ponta Delgada, 20.6.1882 - m. ibid., 9.5.1915] Poeta e jornalista, filho do historiógrafo Alexandre de Sousa Alvim. Fez estudos secundários no liceu de Ponta Delgada, passou pelo exército como oficial subalterno (1900-2) e acabou por se dedicar ao jornalismo (1904-15). Fundou e redigiu com Francisco do Carvalhal os jornais Interesse Público (1904) e O Arauto (1905-6) e dirigiu, apenas durante o mês de Setembro de 1910, O Distrito (auto-suspenso após a queda da monarquia) e depois A República (1911-14). Chefiou a redacção do Diário dos Açores.

Cultivou a poesia e a música e esporadicamente o teatro e o conto. A poesia, que constitui a parte mais vultosa da sua obra, encontrava-se dispersa ou inédita à data da sua morte e assim se conserva ainda (1997): uma poesia epigonal do parnasianismo, formalmente cuidada e em que o autor deixou algumas reflexões filosóficas sob a influência de Antero. Para o teatro escreveu a comédia Conselho de ... Ministro e um entreacto dramático (que a crítica local considerou «um grande exemplo de boa doutrina social») intitulado Duas Dores. A comédia subiu à cena em 1911, em récita estudantil do Liceu de Ponta Delgada, mas não chegou a ser impressa, tendo-se perdido o original (ou o próprio poeta o destruiu). Pela mesma altura, foi representado no Teatro Micaelense o entreacto Duas Dores, em récita do actor Carlos Shore, que voltaria a levá-lo à cena no Brasil em 1913. Esta peça teve edição em opúsculo, impresso em Lisboa com a chancela da Livraria Económica de J. Andrade e Lino de Sousa, s. d. [1914]. Eduíno de Jesus (Out.1997)