[N. Molelos, Tondela, 28.4.1776 - m. Lisboa, 14.7.1833] Pertencia, por nascimento, à casa de Molelos e era irmão mais novo do general miguelista, 1.º visconde de Molelos. Estava destinado ao estado eclesiástico, tendo mesmo iniciado a sua formação com esse fim, mas optou por seguir a carreira militar, alistando-se na arma de cavalaria, onde atingiu o posto de brigadeiro. Foi do Conselho de SMF e comendador da Ordem de Cristo. Em 1819-21 foi governador de Angola, onde assinalou a sua administração por várias medidas de grande alcance para o desenvolvimento da província.
Foi despachado, por carta-patente de 21.5.1824, capitão-geral dos Açores, o nono, em substituição do general Stockler, chegando a Angra a 11 de Julho desse ano. A sua nomeação foi recebida com júbilo pelas correntes liberais da ilha, por verem chegada a hora de acabarem as perseguições. Os seus actos iniciais pareciam confirmar essa esperança, mas eram simplesmente motivados por ordens expressas do governo. Foi durante o seu mandato que em Angra se jurou a Carta Constitucional, em 1826, e se assistiu à falência do compromisso político entre D. Pedro e D. Miguel. Em 1828 foi entusiasta da aclamação de D. Miguel como rei absoluto e a sua atitude contribuiu para apressar a revolução liberal de 22 de Junho, comandada pelo capitão Quintino Dias de Caçadores 5. Foi então preso o capitão-geral e substituído por um Governo interino que o exilou em Agosto, com destino às Flores, o que não aconteceu, acabando por aportar a S. Miguel, quando o seu substituto fora nomeado. Contudo, manteve-se na ilha, intervindo na vida política e militar do arquipélago. J. G. Reis Leite (Out.1996)
Bibl. Drummond, F. F. (1981), Anais da Ilha Terceira. 2.ª ed., Angra do Heroísmo, Secretaria Regional de Educação e Cultura, IV: 75 e segs. Costa, F. J. (1869), Capitães-generais. Angrense, 1508, 20 de Novembro. Maia, F. A. M. F. (1988), Capitães-generais. 2.ª ed., Ponta Delgada, Instituto Cultural de Ponta Delgada: 251 e segs.