[N. Angra, 4.5.1800- m. Velas, ilha de S. Jorge, 23.05.1844] Poeta, historiador e teórico da literatura. Frequentou as aulas de Teologia Moral em Angra, revelando-se um aluno estudioso e aplicado. Foi capelão cantor da Sé e professor régio da instrução primária. Partidário do regime liberal, foi obrigado a refugiar-se em Londres (1823), seguindo depois para o Rio de Janeiro (1826), onde permaneceu até 1842, contribuindo para a evolução literária e política local. Nesta cidade foi professor de Retórica no Colégio D. Pedro II, um dos fundadores e bibliotecário do Gabinete Português de Leitura. Foi no Rio que produziu a maior parte da sua obra que se estende pela área da história, teoria da literatura e pela poesia integrada na corrente da Arcádia Lusitana. Foi tradutor de Voltaire (Mérope, 1826), Racine (Mitridates, 1828) e Lord Byron (romance Lara, 1837, com um ensaio biográfico sobre o autor). Era membro do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, do Instituto Real de França e do Conservatório Real de Lisboa. Publicou alguns textos na imprensa brasileira e na revista Panorama, de Lisboa. Regressado do Brasil, viveu algum tempo em Lisboa, para voltar aos Açores, onde morreu na ilha de S. Jorge, em condições que nunca ficaram esclarecidas. Foi integrado na Antologia de poesia açoriana, de Pedro da Silveira. Carlos Enes (Fev.2001)
Obras Principais (1833), Compêndio de História Portuguesa, Rio de Janeiro, Tip. de R. Ogier. (1834), Apêndice ao Compêndio da História Portuguesa. Rio de Janeiro, Tip. Americana de G. P. da Costa. (1842), Discurso acerca da Retórica. Rio de Janeiro, Tip. De J. Villeneuve & Cª. (1843), Ensaio acerca da Tragédia. Rio de Janeiro, Tip. da Sociedade Propagadora de Conhecimentos Úteis.
Bibl. Lima, G. (1924), Correio dos Açores. Ponta Delgada, 1088, 27 de Janeiro. Silveira, P. (1977), Antologia da Poesia Açoriana do século XVIII a 1975. Lisboa, Sá da Costa.