Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Coutinho, Francisco de Lemos Faria Pereira (D.)

 [N. Rio de Janeiro, 5.4.1735- m. Coimbra, 16.4.1822] Filho de faialenses, foi freire conventual da Ordem de S. Bento de Avis, bispo de Coimbra, conde de Arganil, senhor de Coja e membro do conselho de D. João VI. Veio para Portugal com onze anos e frequentou, na Universidade de Coimbra, o curso de Direito Canónico, sob a orientação de seu irmão mais velho, João Pereira Ramos de Azevedo Coutinho. Recebeu o grau de doutor em 24 de Outubro de 1754, tendo sido, consecutivamente, nomeado juiz geral das três ordens militares, desembargador da Casa da Suplicação, deputado da Mesa Censória e do Tribunal do Santo Ofício, o que o trouxe a Lisboa e a Santarém. Em 1768, foi nomeado governador do bispado de Coimbra e, em 6 de Maio de 1770, veio a ser designado reitor e reformador da Universidade de Coimbra, pelo marquês de Pombal, confirmado em 1779, depois de ter sido nomeado bispo-coadjutor e futuro sucessor do bispado de Coimbra (Setembro de 1773), confirmado como bispo de Coimbra e recebendo o título de bispo de Zenopoli, em 13 de Abril de 1774. Era também um dos conselheiros da Junta de Providência Literária. Esteve em França de 1808 a 1814, em representação diplomática do seu país, junto de Napoleão e, em 1821, foi eleito deputado às Cortes Gerais e Constituintes.

Publicou uma pastoral, a 1.4.1770, a anunciar o jubileu universal concedido por Clemente XIV, seguida de edital; em Fevereiro de 1769, outra pastoral, providenciando sobre a falta de dispensas matrimoniais no seu bispado; a 8 de Fevereiro de 1777, uma outra, a exortar os seus diocesanos à penitência e um edital, a 16 do mesmo mês, a expor as graças e indulgências concedidas pelo jubileu do ano santo e declarando as condições de o alcançar. A 15 de Janeiro de 1798, publicou outra pastoral, desta feita, a desaconselhar a procissão (já antes proibida, mas retomada) dos mártires nus e que as suas relíquias não tivessem veneração porque não estavam canonizadas pela Igreja. João Silva de Sousa (Abr.2001)

Bibl. Almeida, F. (1970), História da Igreja em Portugal. Porto-Lisboa, Liv. Civilização, I: 474, II: 609, 615, 618, III: 342, 345, 370, 387, 516.517. Pereira, J. A. (1939), Padres Açoreanos. Bispos ? Publicistas ? Religiosos. Angra do Heroísmo, União Gráfica Angrense: 17. Silva, I. F. (1859), Diccionario Bibliographico Portuguez. Lisboa, Imp. Nacional, II: 418-419 [?Dicionário de Inocêncio?].