Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Correio dos Açores

1 Diário angrense cujo primeiro número saiu a 19 de Março de 1908 e durou pelo menos até ao número 953 de 5 de Julho de 1911. Desde Março desse ano era o diário da tarde na cidade. Tinha oficinas próprias, na Rua de S. João.

Foi seu proprietário e administrador o cónego Maximino V. M. de Carvalho e director, o cónego António Moreira de Araújo. A partir do número 739, ano III, de 8 de Outubro de 1910, passou a ser dirigido pelo cónego João Pereira Dâmaso e a propriedade e administração passou para o padre José Patrício Lopes a partir do número 770, de 16 de Novembro desse ano, sendo seu editor o padre José de Sousa Pereira. Com o número 827, do ano IV, de 24 de Janeiro de 1911, o proprietário, pe. Lopes, passou a director e o pe. Francisco Garcia Vieira, a editor e administrador.

No seu primeiro número publicou um extenso programa em que se propunha pugnar pelo ideal católico em benefício do indivíduo, da família e da sociedade, como meio de voltar ao esplendor das glórias passadas. Anunciou lutar, dentro das instituições, pelo bem da causa pública e pela moralização da política partidária. ?Deus e Pátria? era a sua divisa.

Passou a viver dias difíceis depois da implantação da República e acabou afogado com as leis anti-religiosas do governo provisório e pela perseguição à Igreja Católica, a que se opôs frontalmente. J. G. Reis Leite (2002)

2 Jornal diário fundado em Ponta Delgada no dia 1 de Maio de 1920, por José Bruno *Carreiro, primeiro director, e Francisco Luís Tavares. Foi, durante muitos anos, o melhor diário publicado na região. José Bruno Carreiro imprimiu-lhe uma linha de orientação que acabou por influenciar a restante imprensa, que a ele se referia, transcrevendo artigos, ou contestando as suas opiniões. Na sua fase inicial abraçou a defesa de várias causas: a autonomia, com as respectivas críticas ao Poder Central, a unidade insular, o *açorianismo e a propaganda dos Açores. Nos primeiros anos da Ditadura Militar, foi suspenso temporariamente várias vezes, tendo utilizado o subterfúgio de mudança de nome, Jornal dos Açores, para continuar a sair. Em 1931, foi ocupado pelos deportados e transformado no órgão da revolta que ali eclodiu. Com o Estado Novo, foi obrigado a refrear os ímpetos, acabando por ser considerado pelos próprios governadores civis como um órgão colaborante, lido pelos adeptos do regime, já que os opositores preferiam o Diário dos Açores. Embora de forma mais moderada, continuou a pugnar pela autonomia regional, a unidade açoriana que se materializava, na altura, pela supressão das barreiras alfandegárias. Depois do 25 de Abril, foi ocupado e dirigido pelos trabalhadores, durante alguns anos, voltando aos antigos proprietários. Embrenhou-se na luta política autonomista, defendendo posições mais próximas dos partidos conservadores. Para além das questões políticas locais, tem abordado temas de carácter económico, social, desportivo e cultural com a publicação de suplementos nesta área. Publicou, durante vários anos, um suplemento sobre Santa Maria e dedicou atenção especial aos restantes concelhos de S. Miguel. As suas páginas incluem, desde sempre e de forma desenvolvida, notícias nacionais e internacionais. Nos anos 80, abandonou o formato grande, passando a tablóide, com novo cabeçalho, paginação e cor. Continua a publicar-se como matutino diário, dirigido por Natalino Viveiros, desde 1997. Carlos Enes (Fev.2001)