(2º conde e 1º marquês de Jácome Correia) [N. Ponta Delgada, 9.2.1882 ? m. Genebra, Suíça, 24.10.1937] Herdeiro de uma grande fortuna e proprietário em S. Miguel, notabilizou-se pela sua acção de mecenas e historiador. Na tradição familiar, tentou chefiar o Partido Regenerador no final do regime monárquico, mas sem êxito. Foi um apaixonado pela arte e protector de artistas açorianos, nomeadamente na decoração do seu palácio em Ponta Delgada, com feição regionalista, movimento intelectual e político a que pertenceu nos anos 20.
Conde de Jácome Correia por verificação de segunda vida, foi elevado a marquês por decreto de 31.10.1901, de D. Carlos, na sequência da visita às ilhas, onde foi hospedado por Aires Jácome Correia, em Ponta Delgada.
Fundou e dirigiu a Revista Michaelense, entre 1918 e 1921, onde publicou numerosa colaboração, da qual se destaca o estudo sobre a 1ª revolução liberal. Apoiou financeiramente a publicação do Arquivo dos Açores, volumes XIII e XIV (1920-27) e foi o delegado em Lisboa da Comissão Distrital da polémica comemoração do 5º centenário do descobrimento dos Açores (1932).
Deixou uma vasta obra sobre a história dos Açores, importante mas desigual. J. G. Reis Leite (Fev.2001)
Obras principais (1920-21), História Documental da Revolução de 1821 na Ilha de S. Miguel para a separação do governo da Capitania-Geral da ilha Terceira. Revista Michaelense, III-IV. (1922), A Ilha da Madeira, Impressões e Notas. Coimbra, Imp. da Universidade. (1924), Leituras sobre a História do Vale das Furnas. Ponta Delgada, Artes Gráficas. (1926), História da Descoberta das Ilhas. Coimbra, Imp. da Universidade. (1930), Discussão Historica das Medidas Geographicas no século XVI. Lisboa. (1932), No 5º Centenário do Descobrimento dos Açores. Ponta Delgada, Artes Gráficas.