[N. Yorkshire, Inglaterra 27.10.1728 ? m. Hawai 14.2.1779] Explorador, navegador e cartógrafo inglês. Começou a navegar com 12 anos, na Noruega e no Báltico. Em 1755, entrou ao serviço da marinha real inglesa, ascendendo a comandante de uma embarcação, quando participava na Guerra dos Sete Anos, na América. Terminado o conflito, foi encarregado, em 1763, como comandante da escuna Grenville, de fazer um estudo hidrográfico das costas da Terra Nova, do Labrador e da Nova Escócia. As suas descobertas, durante um período de quatro anos, foram de tal importância que o governo inglês resolveu publicá-las. Todavia, a sua fama está ligada aos conhecimentos adquiridos sobre a geografia dos oceanos, em geral, e do Pacífico, em particular, durante as três viagens que comandou.
Assim, em Agosto de 1768, Cook dirigiu o Endeavour para aquele oceano a fim de observar a passagem de Vénus pelo Sol e de explorar novas terras a sul, de onde regressou em Junho de 1771. Levou a bordo Joseph Banks e Daniel Solander, como naturalistas, e outros homens de ciência. Os conhecimentos geográficos, etnológicos e botânicos, adquiridos durante esta viagem, foram considerados de tal modo importantes que levaram o almirantado a enviar Cook para uma segunda viagem planeada de acordo com as suas sugestões.
Voltou a partir de Inglaterra, em Julho de 1772, com as embarcações Resolution, que comandou, e Adventure, sob o comando do capitão Tobias Furneaux, para verificar a existência anunciada de um grande continente a sul. Em Janeiro de 1773, cruzou o Círculo Polar Antártico mas, não tendo encontrado esse continente, viajou para a Nova Zelândia e daqui para outras ilhas do Pacífico.
Navegando de regresso a Inglaterra, o Resolution escalou o Faial. No relato da viagem, Cook (1777) refere ter ancorado na baía da Horta, a 14 de Julho de 1775, com o objectivo único de William Wales, astrónomo, estabelecer com a exactidão possível a longitude das ilhas açorianas, mas aproveitou para reabastecer de alimentos frescos, sobre os quais faz breves considerações. O relatório inclui uma descrição da Horta e da sua baía, e alguns dados sobre a declinação magnética e a preia e baixa-mar. A bordo desta embarcação, seguia o naturalista alemão Georgii Forster que também relata sobre o Faial e outras ilhas que não visitou mas de que se informou junto do cônsul-adjunto britânico, Mr. Dent, e dos frades dos conventos (Forster, 1777). Numa comunicação apresentada à Sociedade Real de Gotinga, refere: «[...] em Julho, fiz várias excursões botânicas, na ilha do Faial, dos Açores. Nestes há ilhas pequenas, algumas há que são muito áridas, mas na maior parte estão cultivadas. Todas, na verdade, oferecem espécies botânicas novas ou pelo menos mais raras. Serão pouquíssimas as que não pude coligir pelas poucas horas que ali estive e a custo consigo fazer lembrar.» (Forster, 1787). No dia 19 do mesmo mês partiu em direcção à Inglaterra, onde chegou a 30 de Julho de 1775.
Em Julho de 1776, Cook partiu novamente de Inglaterra, com o Resolution e o Discovery, e com a colaboração dos capitães Charles Clerke e John Gore, para explorar o Pacífico e, em particular, a existência, a norte, de uma passagem para o Atlântico. Navegou até ao Estreito de Bering mas voltou para sul, quando descobriu as ilhas Hawai, onde foi morto por um nativo, na baía de Kealakekua. Luís M. Arruda (2002)
Bibl. Cook, J. (1777), A voyage, towards the south Pole, and round the world. Performed in His Majesty's ships the Resolution and Adventure, in the years 1772, 1773, 1774 y 1775. Londres, John Douglas, 2 vols. Forster, G. (1787) Fasciculus Plantarum Magellanicarum et Plantae atlanticae ex insulis Madeira Sti Iacobi Adscensionis Stae Helenae et Fayal reportatae. Commentationes Societatis Regiae Scientiarum Gottingensis, 9: 36-64. Forster, J. G. A. (1777) Voyage round the world in His Britannic Majesty's sloop Resolution, commanded by Capt. James Cook, during the years 1772, 3, 4, and 5, Londres, B. White, 2 vols.