Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Abel, O

(Abel Coelho Costa) [N. Altares, ilha Terceira, 4.8.1920-m. Estados Unidos da América, 26.9.1986] Cantador popular. Agricultor, sabia ler e escrever. Começou desde muito novo a improvisar cantigas, mas só com a idade de dezanove anos é que se estreou em público na freguesia dos Altares. Foi duas vezes cantar à América do Norte, três vezes ao Canadá e uma vez às Bermudas. O Abel fazia versos com muita facilidade devido à experiência que adquiriu nos debates do improviso. Dotado de uma sensibi1idade extraordinária, sabia tirar partido das situações que surgiam no momento.

Em desafio, na América do Norte, com o Adelino Toledo, cantou:

«Esta vida atribulada / Onde os meus ossos vão caindo. / Eu estou descendo a escada / Enquanto tu vais subindo.»

Dita num Pézinho à porta de um cemitério:

«O cemitério também se respeita / Como as grandes catedrais, / Porque é o cemitério que aceita / Os nossos restos mortais.» Borges Martins (Fev.1997)