Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Chaves, Serafim de (Pe.)

 [N. Vila do Porto, ilha de Santa Maria, 1.3.1904- m. ibid., 11.7.1985] Foi ordenado padre em 1935, tendo proferido a sua Missa Nova em 15 de Agosto desse mesmo ano, na igreja matriz de Vila do Porto, ilha de Santa Maria. Paroquiou durante dois anos na ilha Terceira, sendo colocado, depois, como vigário-coadjutor na igreja matriz da Horta, onde foi publicado o seu primeiro trabalho literário - Uma Proveitosa Lição de História, conferência proferida em 1937 no Teatro Faialense. Seguidamente foi transferido para Santa Clara, na cidade de Ponta Delgada, onde exerceu sacerdócio durante sete anos. Neste lapso de tempo colaborou no jornal Correio dos Açores, tendo escrito vários temas relacionados com diversas passagens do Evangelho e de outros dogmas da religião que abraçou. Pouco depois emigrou para Fall River, nos Estados Unidos da América do Norte, onde paroquiou durante dois anos, resolvendo em 1948 regressar à sua terra natal, onde foi colocado na freguesia de Almagreira, como pároco. Por fim, e a seu pedido, fixou-se, em Julho de 1964, em Vila do Porto, desempenhando um trabalho de colaboração e auxílio ao Ouvidor Eclesiástico. Nos últimos vinte e poucos anos da sua vida escreveu vários poemas, dispersos por jornais e revistas da Região Açórica e publicou mais quatro livros, onde se pode apreciar a qualidade da sua veia poética e do seu estilo de sabor clássico. O soneto foi a sua estrutura poética preferida e mesmo quando enveredava pelo caminho da quadra ao gosto popular, o tipo de verso usado era quase sempre heróico e a linguagem altissonante. Distinguiu-se, ainda, na Oratória, onde a força da sua eloquência cativava sobremodo o ouvinte de qualquer classe social.

Bonacheirão era, no entanto, dotado de um espírito de finura extraordinário. Pouco antes da sua morte, em missa patética, na matriz de Vila do Porto, pediu perdão a todos os paroquianos, por eventuais pecados cometidos, durante toda a sua longa e um tanto atribulada vida. Adriano Ferreira (Nov.2000)

Obras. (1938), Uma Proveitosa Lição de História. Horta, Comissão Fundadora da Sopa dos Pobres. (1981), Poesias (Quadros Reais dos Açores). Angra do Heroísmo, Instituto Açoriano de Cultura. (1983), Império - (Função do Divino Espírito Santo na Ilha de Santa Maria Açores). Vila do Porto, Câmara Municipal. (1989), Expressões de Fé. Lisboa, Ed. Signo. (1989), O Louco de Amor. Lisboa, Ed. Signo.