[N. S. Pedro de Ossela, Oliveira de Azeméis, 24.5.1898 ? m. Macieira de Cambra, Porto, 29.6.1974] Conhecido e celebrado escritor e jornalista. Foi emigrante no Brasil, onde trabalhou como seringueiro. No Pará fundou jornais, entre eles Portugal, onde começou a sua notoriedade como jornalista e ainda no Brasil iniciou a sua carreira de escritor. Regressou a Portugal fixando-se em Lisboa como jornalista e colaborador da revista A. B. C..
Em 1928, publicou o romance Emigrantes, que o consagrou, e depois a Selva, a sua obra prima.
Em 1937 fez uma viagem aos Açores, publicando as suas impressões, juntamente com outras de várias regiões da Europa, num livro, com edição de luxo, intitulado Pequenos Mundos e Velhas civilizações que foi um êxito editorial.
O capítulo que refere aos Açores e que é conjunto com a Madeira, o último do livro, é tipo roteiro turístico, com algumas imprecisões e longe da profundidade e espírito de observação de Raul *Brandão, que cita e que parece pretender seguir como mestre. Contudo, é uma obra meritória como divulgação das ilhas adjacentes, que percorreu todas, numa época em que estas eram quase desconhecidas, usando uma prosa elegante e uma profusa documentação fotográfica. Contém, ainda, uma ou outra observação perspicaz sobre a maneira de ser dos açorianos, como esta: «Lisboa exerce sobre os açoreanos a mesma fascinação que Paris exerce sobre Lisboa. A chegada do navio dá um momento de alvoroço insular: a partida lança as almas na melancolia». J. G. Reis Leite (2002)
Obra. (1938), Pequenos Mundos e Velhas Civilizações. Lisboa, Empresa Nacional de Publicidade: 361-396.
Bibl. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira (S.d.), Lisboa, Ed. Enciclopédia, 12: 190 e 5ª actualização: 72.