[N. Lamego, 11.1.1824 ? m. Leiria, 1885] Governador civil do distrito de Angra do Heroísmo. Estudou no Colégio Militar, cujo curso terminou em 1842. Assentou praça em Infantaria 16 e matriculou-se na Escola Politécnica. Alferes (1845), teve carreira militar agitada, até passar à reforma, em 1874, no posto de Tenente-coronel.
Aderiu à Junta Suprema do Governo do Reino, proclamada no Porto, em 1846, contra o governo de Lisboa. Com a derrota desta afastou-se. Estava em Coimbra quando, em 1851, Saldanha fez o golpe da Regeneração a que aderiu.
Foi eleito deputado por Timor (1854-58) e governador daquela colónia, onde esteve de 1859 a 63. Regressado, foi colocado no Ministério da Marinha, onde organizou o serviço de faróis. Foi de novo deputado, agora por Moimenta da Beira, em 1865.
Foi governador civil do distrito do Funchal, por duas vezes, a primeira em 1870, só por oito dias devido à situação política, e a segunda entre 1877 e 79. Foi, então, nomeado governador civil do distrito de Angra do Heroísmo, entre 12.4.1881 e 11.10.1883, cargo que abandonou por motivo de doença retirando-se para as suas propriedades de Lagos. Foi ainda nomeado governador civil de Leiria onde morreu.
Como jornalista, fundou o Arauto e colaborou em vários jornais, escrevendo neles e um livro sobre Timor e as possessões portuguesas da Oceânia.
Era moço fidalgo com exercício no Paço, Conselheiro, Comendador da Ordem de Cristo e de várias ordens estrangeiras; além de sócio da Sociedade de Ciências e Artes de Batávia, da Sociedade de Geografia de Lisboa e do Instituto Vasco da Gama, de Goa. J. G. Reis Leite
Bibl. (1904), Dicionário Portugal. Lisboa, Romano Torres, vol. 2: 917.