Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Castelo-Branco, José da Fonseca Abreu

[N. Palas, Pinhel, 11.10.1829 ? m. Angra do Heroísmo, 13.6.1901] É uma das figuras mais interessantes e mais polémicas da Igreja e da política açoriana da 2ª metade do século XIX.

Desde muito novo militou nas forças da esquerda do liberalismo e na guerra civil de 1845 a 1847 serviu no Batalhão Académico. Bacharel em Teologia pela Universidade de Coimbra, em 1851, ordenou-se em 1853. Foi professor de Filosofia do Direito e Teologia Dogmática no Seminário da Guarda, permanecendo naquela cidade, colado na igreja de S. Vicente, entre 1855 e 1862. Neste ano foi apresentado cónego da Sé de Angra, com ónus de ensino no seminário diocesano que acabava de ser fundado e onde ensinou até ao fim da vida. Em 1889, foi elevado a deão da Sé, tendo ainda sido promotor geral do bispado, provisor e vigário capitular, os mais altos cargos da hierarquia eclesiástica.

Como político, chegou a defender teses republicanas e separatistas, em 1871, mas foi sobretudo um destacado dirigente distrital da Partido Progressista, figura preponderante da Maçonaria e entusiasta de movimento autonómico, tendo presidido à Comissão Autonómica do Distrito de Angra do Heroísmo, em 1894. Interessou-se pelo jornalismo, colaborando em vários jornais, fundando o semanário Independência (1871-76) e dirigindo o Angrense, órgão do Partido Progressista. Foi deputado às Cortes, pelo círculo de Angra do Heroísmo, nas legislaturas de 1880-81, 1884-87, 1890, 1893, 1894, 1897-1899 e 1900.

Era cavaleiro da Ordem de Carlos III de Espanha. J. G. Reis Leite (2006)

Bibl. O Angrense (1901), Necrologia. Angra do Heroísmo, 14 de Junho. Leite, J. G. R. (1995), Política e Administração nos Açores, 1890-1910. O Primeiro Movimento Autonomista. Ponta Delgada, Jornal de Cultura. Pereira, J. A. (1950), A Diocese de Angra na História dos seus Prelados. Angra do Heroísmo, Ed. Andrade: 352 e segs.