Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Castelhano, Mário dos Santos

 [N. Lisboa, 1896 - m. Tarrafal, Cabo Verde, 12.10.1940] Deportado nos Açores por se destacar como militante anarco-sindicalista nos anos 20 e 30. Ferroviário, empregado na Companhia dos Caminhos de Ferro, desde cedo se embrenhou nas lutas operárias. Demitido, na sequência de uma greve em 1920, continuou sempre ligado às estruturas sindicais dos ferroviários, ocupando um lugar no comité da Confederação Geral do Trabalho. Foi redactor principal dos jornais o Ferroviário, a Federação Ferroviária e A Batalha. Depois de 1926, passou a vida como deportado ou na prisão. Preso em Lisboa, em 1927, foi deportado para Angola, sendo depois transferido para a ilha do Pico, Açores, em 1930. Quando eclodiu a revolta da Madeira e dos Açores, em 1931, seguia a caminho daquela ilha, acabando por participar nos acontecimentos. Conseguiu fugir da Madeira, mas voltou a ser preso em Lisboa, em 1934, e condenado a 16 anos de degredo, com prisão. Em 1936, foi enviado para a fortaleza de Angra do Heroísmo, donde partiu para o Tarrafal. No livro Quatro Anos de Deportação, escrito entre 1927-31, deixa-nos um depoimento com interesse para o referido período, revelando-se um atento observador dos locais por onde passava. Os vários capítulos referentes aos Açores contêm informações sobre aspectos do quotidiano, a vida dos deportados e a sua relação com a população, bem como uma descrição da difícil situação social dos açorianos. Carlos Enes (Fev.2001)

Obras Principais (1932), Os Organismos de Transportes na Revolução Social, Lisboa. (1975), Quatro Anos de Deportação. Lisboa, Seara Nova.

 

Bibl. A Voz Anarquista (1976), Lisboa, 16, Agosto.