[N. Lisboa, 11.3.1769 ? m. ibidem, 15.10.1833] De seu nome completo Cândido José Xavier Dias da Silva.
Foi professor de Retórica e Humanidades em Santarém. Passou às fileiras, pertenceu à Legião formada por Junot, indo para França, como chefe de batalhão e foi ferido em Wagran e promovido a major. Acompanhou Massena integrado no exército invasor de Portugal pelo que foi condenado à morte pela Regência, em 1810. Permaneceu então em Paris até 1820, onde foi colaborador dos Anais das Ciências, Letras e Artes. Com a revolução de 1820, que anulou a sentença da Regência, pôde voltar a Portugal sendo reintegrado no Exército no posto de sargento-mor. Passou a Ministro da Guerra em 1821 e no ano seguinte foi também Ministro da Marinha e dos Estrangeiros, e em 1827 Ministro da Guerra de novo. Com a vinda de D. Miguel exilou-se em Inglaterra, acompanhou Palmela ao Porto na expedição do Belfast, integrou a Junta do governo liberal e quando esta se dissolveu regressou a Inglaterra no Belfast. Foi nomeado chefe do depósito de emigrados em Plymouth, passou a Paris onde se relacionou com D. Pedro que o nomeou seu secretário particular. Nesta condição acompanhou o imperador aos Açores e exerceu grande influência junto do regente, que em 1833 o nomeou ministro do Reino e interino dos Estrangeiros, pastas que ocupou até morrer.
Foi sócio da Academia das Ciências. A sua actividade sempre notável, foi apreciada por forma diversa pela direita e pela esquerda liberal e contou com grandes amigos e implacáveis inimigos. J. G. Reis Leite
Bibl. Comitiva de Sua Majestade o Imperador (1981). Arquivo dos Açores. 2.ª ed., Ponta Delgada, Universidade dos Açores, VI: 144. Grande Enciclopédia Portuguesa Brasileira (s.d.). Lisboa, Editorial Enciclopédia, 37: 62-64.