Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

vinhático

Nome vulgar da espécie botânica Persea indica, da família Lauraceae (Dicotiledónea), segundo Costa (1948: 101), Direcção Regional do Ambiente (s.d.), Palhinha (1966: 38), Schäfer (2002: 74) e Sjögren (2001: 106), também conhecida por vinhôto, segundo Costa (1948: 101). Pereira (1953: 32) e Sampaio (1904: 73) relacionam este nome vulgar com o sinónimo Phoebe indica.

Segundo Direcção Regional do Ambiente (s.d.), Schäfer (2002) e Sjögren (2001), é árvore com até 20 m de altura; folhas perenes, glabras a esparsamente pubescentes, lanceoladas, com 10-25 x 5-7 cm, as senescentes, de cor vermelho-alaranjado, distinguem facilmente as suas copas; inflorescências longamente pedunculadas; flores principalmente hermafroditas, perianto 6-lobado; fruto em baga, elipsóide, com cerca de 20 mm, primeiro verde e preto-azulado quando maduro, lembra uma azeitona sem caroço. Perene. Floresce de Agosto a Dezembro.

Espécie que ocorre em todas as ilhas (Silva et al., 2005: 144), normalmente, entre os 200 m e os 500 m de altitude, esparsa em ravinas e florestas de Myrica-Pittosporum (Direcção Regional do Ambiente, s.d.; Schäfer, 2002; Sjögren, 2001).

O ensombramento nos povoamentos puros e densos e o frequente tapete de folhas no chão impedem a presença de muitas outras espécies nas florestas deste tipo. Sobre as folhas velhas e ensombradas é frequente serem encontradas comunidades endémicas de hepáticas epifilas (Sjögren, 2001).

Considerada endémica por alguns autores (v. g. Pereira, 1953; Sjögren, 2001) é nativa da Madeira e Canárias e foi introduzida e naturalizada há pelo menos 3 séculos. Porque a sua madeira é muito apreciada, os povoamentos antigos são raros. Luís M. Arruda

Bibl. Costa, C. (1948), Terminologia agrícola micaelense. Boletim da Comissão Reguladora dos Cereais do Arquipélago dos Açores, 8: 95-102. Direcção Regional do Ambiente (s.d.), Fichas de plantas vasculares dos Açores. [Horta], Direcção Regional do Ambiente. Palhinha, R. T. (1966), Catálogo das plantas vasculares dos Açores. Lisboa, Sociedade de Estudos Açorianos Afonso Chaves. Pereira, S. A. (1953), Principais plantas cultivadas e espontâneas nos Açores. Boletim da Comissão Reguladora dos Cereais do Arquipélago dos Açores, 18: 1-32. Silva, L., Pinto, N., Press, B., Rumsey, F., Carine, M., Henderson, S. e Sjögren, E. (2005), Lista das plantas vasculares (Pteridophyta e Spermatophyta). In Borges, P. A. V., Cunha, R., Gabriel, R., Martins, A. F., Silva, L. e Vieira, V. (eds.), A list of terrestrial fauna (Mollusca and Arthropoda) and flora (Bryophyta and Spermatophyta) from the Azores. Horta, Angra do Heroísmo e Ponta Delgada, Direcção Regional do Ambiente e Universidade dos Açores: 131-155. Sampaio, A. S. (1904), Memória Sobre a Ilha Terceira. Angra do Heroísmo, Imprensa Municipal. Schäfer, H. (2002), Flora of the Azores, A field guide. Weikersheim, Margraf Verlag. Sjögren, E. (2001), Plantas e flores dos Açores. S.l., ed. do autor.