Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Vieira, Agostinho Sá

[N. Ribeira Seca, ilha de São Miguel, 1896 ? m. Lisboa, 27.1.1988] Advogado. Após a conclusão do curso liceal, alistou-se como voluntário para o serviço militar. Pouco depois, acabou por ser mobilizado como alferes para o Corpo Expedicionário Português, em França. Foi um dos vários açorianos feridos e feitos prisioneiros na Batalha de La Lys. Libertado, regressou a Portugal, sendo promovido ao posto de capitão. Membro do directório do Partido Republicano, participou na *Revolta dos Deportados que eclodiu em Ponta Delgada, em 1931, fazendo parte da Junta Revolucionária como representante do povo micaelense. Após a derrota desta rebelião, foi afastado do exército, mantendo-se sempre como um oposicionista ao regime de Salazar. Nos anos 30, esteve à frente do Sindicato Agrícola da Ribeira Grande e da Caixa Económica, o que lhe permitiu uma certa influência no meio. Em 1936, foi-lhe levantado um processo por ter declarado no Liceu que não queria que o filho pertencesse à Mocidade Portuguesa e por ter chamado tropa fandanga à Legião Portuguesa. Foi julgado e condenado a pagar uma multa de 1.200$00 ficando com os direitos políticos por três anos. Posteriormente, apoiou algumas das candidaturas da oposição não ligadas ao Partido Comunista Português. Em 1941, partiu para Lisboa, onde montou banca de advogado. Foi membro da maçonaria, pertencendo à Loja Acção Renovadora, embora fosse proveniente de um triângulo na Arrifana, no continente. Usava o nome simbólico de Galan e foi o instalador da Loja Antero de Quental, em Vila Franca do Campo. Carlos Enes

Bibl. Andrade, M. (1995), Capitão dr. Agostinho de Sá Vieira, Açoriano Oriental, 27 de Janeiro. Enes, C. (2006), Oposição à Ditadura Militar e ao Estado Novo nos Açores (1926-1945), Atlântida, Angra do Heroísmo, Instituto Açoriano de Cultura, LI: 180. Lopes, A., A maçonaria portuguesa e os Açores ? 1792-1935 (inédito).