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Maia (freguesia)

História, Actividades económicas e culturais Freguesia do concelho da Ribeira Grande, situada entre as freguesias de S. Brás, a ocidente, de Lomba as Maia, a nascente, e os concelhos de Vila Franca do Campo e Povoação, a sul. A sede da freguesia, que inclui os lugares da Lombinha da Maia e da Gorreana, ocupa grande parte de uma fajã vulcânica geologicamente muito jovem, formada há cerca de 10 000 anos.

A Maia terá sido fundada por Inês da Maia, nos finais do século XV, quando na ilha havia somente dois municípios, os de Vila Franca do Campo e de Ponta Delgada. Por Vila Franca, a que estava sujeita, ficar muito longe, os primeiros povoadores tiveram intenção de aqui fazer vila, o que não foi possível devido a diversos factores.

Em termos eclesiásticos, a paróquia da Maia, que cedo ganhou alguma relevância na costa Norte da ilha, fazia igualmente parte da ouvidoria de Vila Franca, a única existente em São Miguel. Só em 1698 foram criadas duas novas ouvidorias, as de São Sebastião de Ponta Delgada e de Nossa Senhora da Estrela da Ribeira Grande. Por razões de proximidade geográfica, a paróquia do Divino Espírito Santo da Maia foi incluída na ouvidoria de Nossa Senhora da Estrela.

Entretanto, as obrigações fiscais e outras passaram a ser cumpridas na Ribeira Grande. Mas só em 1820 a Maia ficou a fazer parte deste concelho. No entanto, com a criação de novas ouvidorias, em 1916 esta paróquia foi integrada como limite ocidental da ouvidoria dos Fenais da Vera Cruz (Fenais da Ajuda).

A sua malha urbana apresenta um desenho de ruas paralelas orientadas na direcção norte-sul, unidas por travessas de orientação leste-oeste, situação muito rara nos Açores. Dadas estas características, foi classificado como património regional o centro urbano ao redor da igreja paroquial, dedicada ao Espírito Santo, e construída de 1796 a 1825.

Entre os seus edifícios mais notáveis, encontra-se o Solar de Lalém, com obras dos séculos XVIII e XIX, em cujo conjunto foi incorporada a ermida de S. Sebastião, construída em 1687.  No lugar da Gorreana produz-se o famoso chá com esse nome, sendo este laborado na única fábrica que se manteve activa, sem interrupções, desde o terceiro quartel do século XIX.

A sua situação geográfica, numa zona do concelho em que há uma acentuada descontinuidade em relação ao conjunto formado pela cidade da Ribeira Grande e freguesias mais ocidentais, bem como um certo relevo que sempre teve ao longo dos tempos, fizeram da Maia uma espécie de alternativa para as populações desta zona, que aqui procuram a maior parte de bens e serviços que normalmente só são acessíveis nas sedes de concelho.

A zona costeira da Maia dispõe de excelentes condições para a natação, sendo os fundos marinhos circundantes dos melhores da ilha, quer no que respeita à paisagem subaquática quer no que se refere às espécies e quantidade de peixes observáveis. Daniel de Sá