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Teive, Diogo de

[século XV] Filho legítimo de Lopo Afonso de Teive, foi escudeiro da casa do Infante D. Henrique, como seu pai, e é dele que falam D. Fernando Colombo na célebre vida do pai Cristóvão e Bartolomeu de Las Casas, como o navegador que cerca de 40 anos antes do almirante empreendeu uma viagem. Esta viagem, em exploração do Atlântico para noroeste, -lo-ia levado à Terra Nova. No regresso da viagem, o que é importante anotar, descobriu as ilhas das Flores e do Corvo. Depois disto, ainda no final de 1452, Diogo de Teive fez um contrato com o Infante D. Henrique para montar um engenho movido a água para a produção de açúcar na Madeira passando a estar bem documentada a sua estada na ilha, onde viveu até finais da década de sessenta.

Passou à Terceira, como ouvidor, uns dizem que do capitão Jácome de Bruges outros, talvez com mais razão, ouvidor do duque donatário. Na ilha Terceira fez as vezes de capitão, distribuindo dadas de terras e entrou em litígio com Jácome de Bruges devido á disputa pela posse da Serra de Santiago na Praia. A historiografia tradicional, apoiada nos cronistas, indica-o como o responsável pela morte do próprio capitão Bruges, a quem teria mandado assassinar.

Pela carta régia de 25 de Janeiro de 1475, que confirmou a venda da ilha das Flores a Fernão Teles, ficamos sabendo que Diogo de Teive foi senhor daquela ilha e que a transmitiu a seu filho João e que tinha morrida nessa data. O problema é saber desde quando tinha o senhorio da ilha, porque não resta dúvida que ela e a do Corvo integraram a donataria do Infante D. Henrique e de D. Fernando. Possivelmente foi senhor das Flores depois da morte do infante D. Fernando, em 1470. J. G. Reis Leite

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