Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Soares, José Pedro

[N. Ribeira Grande, ilha de São Miguel, 10.9.1873 ? m. Angra do Heroísmo, 7.12.7933] Veio de São Miguel para a Terceira por sugestão do seu tio, o padre José Pedro *Soares com a finalidade de frequentar o Seminário.

Alistou-se como voluntário no regimento de Artilharia 4, a 18 de Janeiro de 1893. Serviu na arma de Artilharia e foi sucessivamente promovido a 2.º tenente, em 1897; a tenente, em 1899; a capitão, em 1911; a major, em 1917; a tenente-coronel, em 1919 e a coronel, em 1922.

Fez a maior parte da sua carreira nas unidades de guarnição das ilhas sendo comandante da artilharia dos Açores, em 1918. Como tenente-coronel, foi 2.º comandante do Regimento de Obuses de Campanha (1920) e do Regimento de Artilharia de Monsanto (1923).

Serviu no Castelo de São João Baptista como capitão, em1916, e ocupou o cargo de governador da dita fortaleza por duas vezes, em 1919, como major e em 1925 como coronel, nos termos da organização do Exército em 1911 que dispunha que o governador do Castelo seria o oficial mais graduado ou mais antigo da unidade ali aquartelada, quando oficial superior.

No posto de coronel foi chefe do Distrito de Recrutamento n.º 25, em Angra do Heroísmo, em 1925; comandante de artilharia do governo militar dos Açores, em 1927; delegado da arma de Artilharia, em 1928.

Em Setembro de 1930 assumiu interinamente o cargo de governador militar dos Açores, com quartel-general em Angra do Heroísmo, e cumulativamente o de governador do Castelo de São João Baptista nos termos da reorganização do Exército, em 1927. Foi durante o seu governo que eclodiu na Terceira a revolta de 1931 (8 a 18 de Abril) promovida pelos deportados políticos residentes na cidade e apoiada por alguns oficiais da guarnição. Nessa altura esteve preso em casa pelos revoltosos e a sua conduta foi muito criticada pelo oficial sindicante, depois da revolta ter sido dominada, o coronel Pimenta de *Castro, mas foi ilibado, não sendo demitido. Foi ainda colocado na inspecção da artilharia do Comando Militar dos Açores, a 27 de Novembro de 1931.

Casou na Terceira, em 1903, com D. Maria Emília Pereira da Silva. Foi condecorado com a medalha de prata e ouro de comportamento exemplar e a medalha comemorativa das campanhas do Exército Português, com a legenda «Ponta Delgada ? Defesa Marítima ? 1916-1918». J. G. Reis Leite

Fonte. Arquivo Histórico Militar (Lisboa), caixas 733 e 2246.

 

Bibl. Forjaz, J. e Mendes, A. (2007), Genealogias da Ilha Terceira. Lisboa, Dislivro, IX: 156-157. Reis, C. (1990), Revolta da Madeira e Açores (1931). Lisboa, Livros Horizonte.