Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Silva, Urbano Prudêncio da

[N. Madalena, ilha do Pico, 13.11.1852 ? m. Horta, 18.9.1943] Advogado, político e jornalista. Estudou no Liceu da Horta, onde foi matriculado em 1877, e na Universidade de Coimbra onde concluiu a sua formatura em Direito, em 1883 (O Raio, 1883).

Pouco depois de concluído curso, veio viver para o Faial onde teve banca de advogado. Foi administrador do concelho da Horta e o primeiro juiz do julgado municipal da Madalena (1889), função que viria a cessar para ocupar o lugar de primeiro-oficial do Governo Civil da Horta, ainda em 1889, e depois de secretário-geral, nesta cidade e no Funchal, para onde foi transferido em 1923 e haveria de aposentar-se, em 1929. Como secretário-geral serviu de governador na ausência deste.

Além das suas ocupações como advogado era militante do Partido Progressista, tendo integrado o directório na Horta presidido pelo seu conterrâneo Miguel António da Silveira de quem era próximo.

Em 1890, com os regeneradores no governo, foi transferido para Bragança. Desistiu da função pública e foi advogar para São Roque do Pico. Todavia, em 1897, com o regresso dos progressistas ao poder, voltou ao Governo Civil da Horta como secretário-geral. Era governador o seu amigo Miguel da Silveira.

Não obstante ter sido considerado homem inteligente, dinâmico e respeitado, quando no poder, não deixou de perseguir os regeneradores locais.

O seu nome ficou indelevelmente ligado ao jornalismo nas ilhas do Pico e do Faial. Antes de seguir para Coimbra, na vila da Madalena, ilha do Pico, onde havia sido advogado de provisão, escrivão da Câmara e delegado do procurador-régio, tornou-se o fundador da imprensa na ilha, em 1874, quando começou a editar naquela vila O *Picoense, com a epígrafe «Semanal, político, instrutivo e noticioso», que deixou de circular em 1877.

Em Coimbra, foi redactor principal do bissemanário O Tribuno Popular. Quando fixado na Horta, em simultâneo com as funções administrativas e políticas, foi redactor principal de O Atlântico, jornal do Partido Progressista.

Com o fim da monarquia, as suas actividades políticas e jornalísticas desapareceram progressivamente. Luís M. Arruda

Bibl. Ávila, E. (1993), Picoenses que foram escritores, jornalistas e publicistas. In Figuras & Factos; Notas históricas. Lajes do Pico, Câmara Municipal das Lajes do Pico e Associação de Defesa do Património da ilha do Pico: 226-234. Raio (O) (1883), Horta, n.º 16, 5 de Setembro. Rebello, E. (1982), Notas açorianas. Escriptores e homens de lettras. In Arquivo dos Açores. Ponta Delgada, Universidade dos Açores, IX: 30-31 [Reprodução fac-similada pela edição de 1887]. Ribeiro, F. F. (2007), Em dias passados. Horta, Núcleo Cultural da Horta.