[N. Serreta, ilha Terceira, 27.7.1876 ? m. Angra do Heroísmo, 10.11.1955] Oficial do exército. Embora pertencendo à arma de Infantaria, foi também oficial subalterno na Guarda Municipal de Lisboa, na altura em que se deu a proclamação da República. Pelo facto, acabou por estar prisioneiro de Machado dos Santos, na Rotunda. Pouco depois, regressou à Terceira com o objectivo de comandar o depósito de Concentrados Alemães, a funcionar no Castelo a São João Baptista, durante a I Guerra Mundial. Atingiu o posto de coronel e ocupou o cargo de Comandante da Zona Militar dos Açores. Distinguiu-se pelos seus trabalhos de Topografia, principalmente quando foi solicitado para elaborar um relatório sobre o local mais apropriado para a construção de um aeródromo. Pela minúcia do seu trabalho, em 1934, foi louvado pelo Ministro da Guerra, Santos Costa. O seu interesse pelo desenho, levou-o a projectar edifícios emblemáticos na cidade de Angra. Os mais conhecidos são o Teatro Angrense e o prédio da Confederação Operária Terceirense. Muitos outros projectos seus acabaram por não ser construídos, como por exemplo uma praça de touros ou o enquadramento do largo do Alto das Covas, nos anos 30. Foi também um fotógrafo amador com algum mérito, não só pelas fotos tiradas mas pelo empenho em dinamizar várias exposições, na ilha e fora dela. É da sua autoria uma famosa fotografia, tirada do Pico das Cruzinhas, que abrange parte significativa da ilha, desde São Mateus à Salga. Esta foto foi tirada em 1928 e mandada ampliar na Alemanha. Contudo não foi o primeiro a fazê-lo: o fotógrafo Carlos Franco já o havia antecedido em 1901, por altura da visita régia. Carlos Enes
Bibl. Gomes, A. (1993), O Teatro Angrense ? elementos para a sua história. Angra do Heroísmo, Câmara Municipal de Angra do Heroísmo: 51.