[século XIX] De uma família de proprietários e homens de negócio foi presbítero secular e ouvidor eclesiástico em São Roque do Pico desde 1818, sendo vigário da paróquia de Santo António.
Foi candidato a deputado nas eleições para a Constituinte de 1821, que devido a problemas precisamente na ilha do Pico demoraram a fazer na comarca da Horta. Foi eleito, com o seu colega Manuel José de Arriaga só a 23 de Agosto de 1821, quando a Constituinte já ia adiantada e a discussão sobre a futura organização política e administrativa dos Açores se iniciara. Ainda na Horta refutou por escrito os argumentos aparecidos num folheto para manter o governo dos Açores unidos e com capital em Angra, que depois publicou em Lisboa.
Na Constituinte foi defensor da criação de três comarcas nas ilhas açorianas com governos autónomos uns dos outros, tese que venceu e levou à carta de lei de 7 de Fevereiro de 1822. Não foi eleito para as Cortes ordinárias de 1828.
Recebeu o hábito de Cristo em 1824, na igreja da Luz. J. G. Reis Leite
Obra. (1821), Argumentos que appareceram em dois folhetos para desvanecer a ideia de se crearem nas ilhas dos Açores mais duas Juntas Governativas, além da de Angra, a saber uma em S. Miguel, e outra no Fayal, e uma breve refutação seguida aos mesmos em forma de diálogo. Lisboa, Impr. de Alcobia.
Bibl. Castro, Z. O. (coord.) (2002), Dicionário do Vintismo e do Primeiro Cartismo. Lisboa, Assembleia da República: 622-624. Enes, M. F. D. T. (1994), O liberalismo nos Açores. Religião e política (1800.1832). Lisboa, Universidade Nova de Lisboa: 427 e segs., 609 e segs. [policopiada]. Macedo, A. L. S. (1981), História das quatro ilhas que formam o distrito da Horta. 2.ª ed., Angra do Heroísmo, Secretaria Regional da Educação e Cultura, II: 12-13; III: 235.