Para a rubrica deste mês, e a propósito do bicentenário que neste ano se assinala, destaca-se uma cópia manuscrita do soneto com que Camilo Castelo Branco se associou à homenagem a Teófilo Braga, por ocasião da perda dos seus dois únicos filhos, vítimas de tuberculose, num curto espaço de tempo[1].
Intitulado A maior dor humana, o soneto representa uma assinalável forma de Camilo – ele próprio com uma vida cheia de episódios trágicos – mostrar consternação pelos tristes acontecimentos da vida familiar de Teófilo, apesar das divergências literárias e conhecida inimizade entre ambos.
É, aliás, este soneto que dá título à publicação organizada por João de Deus e editada em 1889, com colaboração das diversas personalidades elencadas na respetiva folha de rosto, que aqui também se reproduz.
Não se trata de um documento autógrafo, já que a caligrafia, regular, nada tem a ver com a de Camilo e, por outro lado, o mais provável é que o original tenha sido enviado a João de Deus, sendo, pois, natural que não o encontrássemos no acervo documental de Teófilo Braga, que se conserva no Arquivo Regional de Ponta Delgada.
[1] - Além de um primeiro filho, Joaquim, falecido à nascença (1869), Teófilo Braga e Maria do Carmo Xavier de Oliveira Barros Leite tiveram: Teófilo, falecido em dezembro de 1886, com quase 13 anos, e Maria da Graça, que faleceu com 16 anos, em março de 1887.
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