A Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro e o Seminário de Angra do Heroísmo promovem o 4.º encontro Diálogos contra a maré, no próximo dia 19 de março, pelas 20 horas, no auditório da Biblioteca. A conversa abordará o tema Deus e a Ciência no século XXII, e contará com os convidados Armando Mendes, Avelino Santos, Carlos Correia, Frias Martins, Júlio Rocha e Rosalina Gabriel.
O ser humano é naturalmente religioso, mas há também quem diga que uma das maiores tragédias da humanidade foi ter sido raptada pela religião. Assumiu-se uma conexão obrigatória entre religião e ciência. Contudo a moral, seja qual for, é simples na sua base, e parece não precisar da religião para nada: «não faças aos outros o que não queres que te façam a ti». A dificuldade está nisto: não apreendemos este princípio, e não temos agido como seres humanos.
Em Deus colocamos o sentido de tudo, e sem ele, o que temos construído? O medo e a insegurança, a corrupção, a maquiavélica luta pelo poder, um fermento de autodestruição: guerras, massacres, atrocidades, injustiças, afrontas de toda a espécie. Será que a humanidade merece sobreviver? É difícil avistar o futuro. Prega-se a emergência da telepatia sintética, a expansão da Inteligência Artificial até à extinção da morte, tecnologia para controlar o tempo atmosférico, uma única moeda global, uma mudança radical na biologia, na investigação genética, nas tecnologias associadas, bem como a emergência da nanotecnologia e a fonte inesgotável para uma energia ilimitada. As alterações climáticas permitirão que tudo isto aconteça? A grande incógnita está no homem e na sua ciência, em Deus como sentido, numa relação sem atropelos na frágil harmonia dos contrários.
Nota Biográfica
Armando Mendes
Jornalista da RTP-Açores e do Diário Insular.
Doutorado em História, Defesa e Relações Internacionais.
Autor, entre outras obras, de “os Açores e a projeção de Força nos Cenários Pós-Guerra Fria” (2006) e “Entre o Carro de Bois e o Avião – uma pequena comunidade no centro de uma rivalidade global” (2020).
Coordenador científico dos estudos para o futuro Centro Interpretativo da Base das Lajes.
António Frias Martins
Natural de Água d’Alto, São Miguel, Açores (1946), doutorado em Ciências Biológicas (1985) pela Universidade de Rhode Island (EUA) e professor catedrático na Universidade dos Açores desde 1995. Especializado em Sistemática e Evolução dos Moluscos, e também interessado na biodiversidade e conservação nos Açores. Investigador principal do grupo de investigação CIBIO-InBIO/Universidade dos Açores. Organizou workshops internacionais de investigação malacológica, bem como congressos relacionados com a ciência e conservação do património natural açoriano.
Presidente da Unitas Malacologica. Presidente da Sociedade Afonso Chaves e editor da revista Açoreana. Autor das obras Ecologia Costeira dos Açores, Ilhas de Azul e Verde e Anel da Princesa, bem como da série documental da RTP Açores Ilhas de Bruma e de Um Dia e Uma Noite nos Bancos Submarinos.
José Júlio Mendes Rocha
Nasceu na Praia da Vitória em 1968. Estudou no Seminário de Angra onde foi ordenado sacerdote em 1992. Posteriormente, completou os seus estudos na Accademia Alfonsiana, em Roma, tendo completado o doutoramento em Teologia Moral em 2004.
Já foi Pároco em Santa Luzia, São Mateus, Posto Santo, São Pedro, Porto Martins e Fonte do Bastardo. Foi Capelão do Hospital de Angra do Heroísmo e da Santa Casa da Misericórdia da mesma cidade. É professor no Seminário de Angra desde 1994, onde ensina Teologia Moral e Doutrina Social da Igreja. Membro da Comissão de Ética do Hospital de Angra desde 1995.
É assistente da Comissão Diocesana Justiça e Paz e do Movimento da Mensagem de Fátima. Membro da Associação Teológica Ibérica para o Estudo da Moral.
Rosalina Gabriel
Licenciada em Biologia pela Universidade de Lisboa em 1986 e doutorada em Ecologia Vegetal pela Universidade de Londres (Imperial College) em 2000. Professora associada da Faculdade de Ciências Agrárias e do Ambiente da Universidade dos Açores na Ilha Terceira. Dedica-se sobretudo ao estudo da biodiversidade, biogeografia e conservação de briófitos, que incluem os musgos e outras plantas ancestrais. Também faz investigação em educação ambiental, sobretudo procurando perceber como podemos estimular a ligação e a exposição das pessoas à natureza. Autora de mais de 100 artigos em revistas da especialidade e autora/coautora de mais de uma dezena de livros. Recentemente coeditou com Paulo A. V. Borges, a coleção «Guias dos Açores» para o Instituto Açoriano de Cultura.
Desde junho de 2023 é diretora do Grupo da Biodiversidade dos Açores, que está filiado no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (GBA cE3c).