"Prisioneiro de Guerra nos Açores", de Gabriela Funk, será apresentado por Jorge Bruno no dia 16 de novembro, às 20h, no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Angra do Heroísmo.
O luso-alemão Daniel está a terminar a sua licenciatura em História, na Universidade de Coimbra, quando é surpreendido pelo início das hostilidades entre Portugal e a Alemanha. Perante o conflito externo (uma guerra mundial) e o interno (o dilema de optar por uma das fações beligerantes), o jovem Daniel opta pelo exílio como prisioneiro de guerra na ilha Terceira, mais precisamente no Depósito de Concentrados Alemães (DCA), instalado no Forte de São João Batista em Angra do Heroísmo.
A vivência do que se tornaria o maior campo de prisioneiros de guerra em Portugal, no período compreendido entre 1916 e 1919, irá marcar o jovem luso-alemão para o resto da vida, levando-o a registar uma das páginas mais esquecidas da História do início do século XX. Desse registo destacam-se as relações, nem sempre pacíficas, entre militares portugueses e prisioneiros de nacionalidade alemã, austríaca e húngara (e, com o evoluir do conflito, entre estes grupos de detidos e a população terceirense), bem como a luta que mais tarde se trava contra um inimigo invisível, o vírus influenza ou da gripe espanhola, como ficou mundialmente conhecido.
"Prisioneiro de Guerra nos Açores" oferece ainda pontes de reflexão sobre a situação que se vive atualmente, marcada pelo conflito armado na Ucrânia, ameaçando a paz mundial, tão combalida pela recente pandemia. O leitor percebe que, passado um século, a Humanidade enfrenta os mesmos desafios e só os pode superar quando for capaz de se unir em prol do bem comum.