A Direção Regional dos Assuntos Culturais, através da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, expõe o “Documento Histórico” e a “Raridade” do Mês, que estarão patentes ao público na vitrine da Sala de Leitura durante o mês de fevereiro de 2024.
O documento selecionado é a cópia de uma sentença pela qual Clara Joaquina foi condenada ao degredo pelo furto de favas, pertencente ao Arquivo do Governo Civil do Distrito da Horta, 1840.
A raridade apresentada é um exemplar da obra “A Arte de Furtar: espelho de enganos, theatro de verdades, mostrador de horas minguadas, gazua geral dos Reynos de Portugal oferecida a El Rey nosso senhor D. João IV” (Amesterdam, 1744). Segundo se acredita, redigida em 1652, foi publicada em 1743 ou 1744, em Lisboa, pelo livreiro genovês João Baptista Lerzo, proprietário de uma tipografia no sítio do Loreto, atual Largo de Camões, e falsamente atribuída ao padre António Vieira. Embora a autoria vieiriana tivesse sempre sido muito contestada, foi mantida em todas as edições da obra até à 10.ª, em 1937.
O êxito da publicação foi de tal monta, que pouco depois se seguiriam, ostentando já a data verdadeira de 1744, várias novas edições "emendadas de muitos erros", alegadamente impressas em Amesterdão, agora "na Oficina de Martinho Schagen", mas, na verdade, provenientes da mesma oficina lisboeta do genovês Lerzo, caso do nosso exemplar. A verdadeira autoria, do Padre Manuel da Costa, só em meados do século XX foi documentalmente estabelecida, embora continuassem a surgir, ocasionalmente, reticências a seu respeito.
A Direção Regional dos Assuntos Culturais informa que este e outros eventos estão disponíveis para consulta na Agenda Cultural do Portal CulturAçores, no seguinte endereço eletrónico: www.culturacores.azores.gov.pt