Entre os dias 1 e 30 de junho estará exposta, na sala de consulta da Divisão de Arquivo da Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro, a mostra “Documento do Mês”. Nesta edição destaca-se o Projeto para a Criação da Irmandade de São João Baptista na Cidade de Angra do Heroísmo, datado do ano de 1838, e pertencente ao Arquivo da Casa dos Condes da Praia da Vitória.
As festas em louvor a S. João – ou Sanjoaninas – são, na verdade, uma das tradições mais profundamente arreigadas na história da cidade. Na esquina onde a Rua da Sé se cruza com a Rua de S. João – e onde, durante as festas, é colocada uma imagem do santo – existiu outrora a Capela de S. João Baptista. Era costume, no dia 24 de junho de cada ano, celebrar-se uma missa nas varandas dessa capela, à qual assistiam os fidalgos da cidade, seguida de festejos na atual Praça Velha.
O período da ocupação castelhana marcou o início do seu declínio, e as festas de S. João perderam o seu fulgor antigo. Em 1819, a capela deu lugar a uma taberna pública, e a imagem do santo foi movida para a Catedral, para “afervorar a devoção”.
Após a Guerra Civil Portuguesa, a vitória da causa liberal reanimaria as antigas festas – a celebração do dia 22 de junho de 1828 era o pretexto ideal para as iniciar nesse dia, devolvendo à antiga tradição toda a sua glória perdida. A antiga capela, essa, passou a pertencer apenas à memória distante, mas as festas de S. João voltaram a ser um espetáculo efusivo de alegria e de cor. E é assim que ainda hoje as conhecemos: como um festim de luz, música, dança, e alegria pura.
Venha visitar o nosso “Documento do Mês”, bem como a mostra que o acompanha, e ficará a conhecer alguns dos pormenores desta fascinante história.