PEDRO DA SILVEIRA, UMA VOZ A (RE)DESCOBRIR
Dia 19 de julho, pelas 20h15, é lançada a obra poética de Pedro da Silveira Fui ao Mar buscar Laranjas - Poesia reunida, editada pelo Instituto Açoriano de Cultura no salão nobre da Câmara Municipal das Lajes das Flores. A apresentação estará a cargo do Escritor Urbano Bettencourt.
Nesta obra reúnem-se não só as obras publicadas em vida pelo autor, como também um conjunto importante de dispersos e o livro inédito Ossos na Areia, que se encontra no seu espólio. Todo o trabalho de recolha e edição foi levado a cabo por Urbano Bettencourt, cuja sensibilidade e conhecimento são unanimemente reconhecidos. O livro agora publicado inaugura uma nova coleção deste Instituto, a Coleção Poesia, que visa dar a conhecer relevantes poetas açorianos cuja obra não tem merecido o devido destaque.
Ficha técnica
Título Fui ao Mar buscar Laranjas. Poesia Reunida
Autor Pedro da Silveira
Coordenação Urbano Bettencourt
Coleção Poesia
Edição Instituto Açoriano de Cultura
Data Julho de 2019
Número de páginas 424
Preço 15,00
ISBN 978-989-8225-61-0
Pedro da Silveira (1922-2003) foi agricultor, escriturário, delegado de informação médica, historiador, tradutor e bibliotecário. Nasceu no ponto mais ocidental da Europa, na ilha das Flores. Publicou quatro livros de poesia: A Ilha e o Mundo (1952), Sinais de Oeste (1962), Corografias (1985) e Poemas Ausentes (1999).
Poeta rigoroso e erudito, que esteve na origem da Enciclopédia Açoriana, morreu sem ter visto concluída a publicação da sua obra poética, Fui Ao Mar Buscar Laranjas, de que apenas saiu o 1.º volume, em 1999.
O Instituto Açoriano de Cultura reuniu dispersos e foi ao espólio buscar o livro inédito e pronto para publicação Ossos na Areia, num trabalho de edição coordenado por Urbano Bettencourt.
O livro que agora se publica inaugura a nova coleção deste Instituto dedicada à poesia açoriana. Modo de prestar homenagem a um açoriano cosmopolita, que passou pelo anarco-sindicalismo, tinha um profundo conhecimento da literatura portuguesa e de outras partes do mundo e parecia ter caído no luso esquecimento.
Natural da freguesia da Fajã Grande, ilha das Flores, onde nasceu em 5 de setembro de 1922, Pedro Laureano de Mendonça da Silveira faleceu aos 80 anos, em Lisboa, a 13 de Abril. Concluída a instrução primária na escola da terra que lhe serviu de berço, frequentou durante um ano o Seminário de Angra do Heroísmo. Completou os estudos liceais naquela cidade e em Ponta Delgada, onde iniciou a sua participação na vida literária. Fixou-se definitivamente em Lisboa no ano de 1951.
Deixou colaboração vasta e dispersa por jornais e revistas como “O Comércio do Porto”, “O Primeiro de Janeiro”, “Vértice”, “O Diabo”, “Seara Nova”, “Colóquio-Letras” e ainda no “Diário dos Açores”, no jornal “O Monchique” e na “Revista Municipal das Lajes das Flores”, bem como alguns estudos sobre a história e o folclore dos Açores, em publicações da especialidade.
Dedicou especial atenção à sua ilha natal, como o comprova a publicação de Para a história do povoamento das Ilhas das Flores e do Corvo: com três documentos inéditos (1960), Materiais para um romanceiro da Ilha das Flores (1961), Catorze trovas e um conto recolhidos na Ilha das Flores (1986) e Das tradições na Ilha das Flores (1987).