No ano do centenário do nascimento do poeta Eugénio de Andrade*, a Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro promove de 6 a 31 de março, uma mostra bibliográfica na Sala de Leitura e Empréstimo Domiciliário.
Uma mostra composta por uma seleção de obras do poeta, das quais se destaca a magnum opus: As Mãos e os Frutos (1948), obra com grande reconhecimento pela crítica e publicada em várias edições. A sua atividade literária conta com mais de 50 anos, afirmando-se com uma postura independente em relação aos outros movimentos literários. Nos últimos anos de vida os seus poemas refletiram uma clara orientação para o concreto, tendo sido no real que o escritor assentou a fundação da sua poesia.
Nota Biográfica- Eugénio de Andrade
Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, nasceu a 19 de janeiro de 1923, na freguesia de Póvoa de Atalaia, no Fundão. Frequentou o Liceu Passos Manuel e a Escola Técnica Machado de Castro. Os seus primeiros poemas datam de 1936, começando a publicar aos 17 anos.
Em 1943, o poeta instala-se em Coimbra, tornando-se amigo de Carlos de Oliveira, Eduardo Lourenço e Miguel Torga.
É de referir uma interrupção na sua criação literária até 1971, quando regressa novamente à esfera literária com um novo volume: Obscuro Domínio.
O poeta fez diversas viagens e foi convidado para participar em vários eventos, travando amizades com muitas personalidades da cultura portuguesa e estrangeira, como António Botto, Joel Serrão, Miguel Torga, Afonso Duarte, Carlos Oliveira, Eduardo Lourenço, Sophia de Mello Breyner Andresen, Agustina Bessa Luís, Teixeira de Pascoaes, Vitorino Nemésio, Jorge de Sena, Mário Cesariny, José Luís Cano, Ángel Crespo, Marguerite Yourcenar, Herberto Helder, Joaquim Manuel Magalhães, João Miguel Fernandes Jorge, entre muitos outros.
As suas obras foram traduzidas em várias línguas e ao longo da sua vida foi distinguido com inúmeros prémios, dos quais destacamos: o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986), Prémio D. Dinis da Fundação Casa de Mateus (1988), Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989) e Prémio Camões (2001).
Faleceu a 13 de junho de 2005, na cidade do Porto, onde residiu durante mais de metade da sua vida.
Foto da autoria de Alfredo Cunha, Porto, 1998.