Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Brum, Manuel Maria da Terra

[N. Horta, 3.2.1825- m. ibid., 11.7.1905] Cavaleiro da Casa Real, era filho do morgado José Francisco da Terra Brum, 1º barão da Alagoa e último capitão-mor da ilha do Faial, e 7º neto de Jorge da Terra (Josse van Aard) fidalgo flamengo, um dos primeiros colonizadores do Faial no século XV.

Por via da sua linhagem, educação e espírito empreendedor, desempenhou diversos cargos de relevo no seu burgo natal. Em 1859, foi fundada em sua casa a Sociedade *Amor da Pátria, inicialmente uma loja maçónica, tendo encabeçado a lista dos primeiros sócios e sido presidente por dilatados anos.

Tal como seu pai, foi o maior vitivinicultor da ilha do Pico, tendo chegado a produzir mais de mil pipas do famoso vinho verdelho. A partir de 1852, a praga do oídio destruiu em grande escala os vinhedos picoenses, mal que a filoxera, anos mais tarde, ainda agravou, ficando a quase totalidade dos terrenos de lava abandonados por não terem outra aplicação. Manuel Maria Terra, como era mais conhecido, não desistiu e, mediante as suas diligências e ensaios, introduziu nos começos da década de 1880 uma nova casta, chamada Isabel, resistente àquelas moléstias, que produzia abundantemente um vinho tinto de inferior qualidade, chamado ?de cheiro?, dado o intenso aroma das suas uvas, mas que serviu para recondução das vinhas atingidas, contribuindo decisivamente para reequilíbrio da situação económica da ilha.

Foi agraciado com o título de 3º barão da Alagoa, que se extinguira em 1844 com a morte do seu irmão, aquando da visita do rei D. Carlos aos Açores, em 1901. Faleceu sem descendência.

Na Areia Larga, subúrbio da vila da Madalena, podem ainda ser admiradas as moradias solarengas dos barões da Alagoa. Tomaz Duarte Jr. (Out.1999)