[N. Lisboa, 1799- m. ibid., 27.12.1873] Era filho do médico Ignacio Quintino de Avelar, um dos deportados da *Amazonas para a Terceira em 1810. Para esta ilha veio com a mãe em 1811 e, tendo o pai depois da libertação ficado na ilha, como cirurgião, foi enviado em 1813 para Londres, onde estudou, regressando à Terceira em 1819, empregando-se então na Junta da Real Fazenda.
Foi dos liberais implicados na revolução angrense de Abril de 1821 que tentou implantar o regime na capital dos Açores. Na contra-revolução de Stockler foi preso, mas com o êxito do liberalismo foi libertado. Em 1827 foi nomeado, pela Regência, escrivão da mesa grande da alfândega de Ponta Delgada, vivendo em S. Miguel até 1829, quando se apresentou à Regência, chefiada por Palmela, que se estabeleceu em Angra. Foi empregado por este na Secretaria dos Negócios Estrangeiros, aproveitando os seus talentos e conhecimentos de inglês e francês. Voluntário de um dos batalhões, esteve na batalha de 11 de Agosto de 1829 na Praia. A Regência encarregou-o de estabelecer contactos e estudar as condições de desembarque em S. Miguel, aquando da expedição de Vila Flor, que conquistou a ilha em 1831. Participou então na batalha da Ladeira da Velha. Não acompanhou, em 1832, a expedição de D. Pedro, ficando em Ponta Delgada e sendo nomeado Administrador-Geral dos Tabacos. Nessa função e como membro de uma comissão adrede constituída, conseguiu acabar com a circulação de moeda viciada de bronze, os «malucos». Regressou a Lisboa nos finais de 1833, iniciando uma vida difícil, por participar em aventuras políticas de esquerda liberal a que pertencia. Foi vítima de perseguição durante o cabralismo. EM 1852 foi nomeado director do Círculo das Alfândegas do Algarve. J. G. Reis Leite (1999)
Bibl. Alguns Factos da Vida d?um Liberal Obscuro. Epizodio da Emigração nos Açores (1875), Lisboa, Lalleman Fréres Typ. [2ª ed. Ponta Delgada, 1975].