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Angrense (O)

Semanário publicado em Angra do Heroísmo, porta-voz do Partido Progressista Terceirense. O primeiro número saiu a 23 de Setembro de 1836 e terminou com o número 3128, a 16 de Setembro de 1910. Nos primeiros anos apresentava um formato pequeno, limitando-se, praticamente, a reproduzir alguma legislação nacional, bem como ofícios e editais dos organismos locais. Em 1862, o jornal aumentou de dimensão, melhorou a paginação e o arranjo gráfico e começou a afirmar-se como um periódico cada vez mais preocupado com a política local. Em Novembro de 1870, com a morte do conde da Praia, interrompeu a publicação. Reapareceu em 18 de Junho de 1874 como folha do Partido Progressista Terceirense. Nesta qualidade, combateu de forma tenaz os seus mais directos adversários, os regeneradores e o seu órgão A Terceira. A leitura destes dois periódicos permite-nos penetrar nos meandros das lutas políticas locais, onde sobressaem acusações de parte a parte numa linguagem viva e, por vezes, bastante mordaz. Mas para além das questões políticas, O Angrense revela-nos aspectos muito significativos da vida quotidiana terceirense, cujas notícias vão preenchendo uma boa parte das suas colunas. O jornal, propriedade da família do conde da Praia, teve como responsável António José Paes Júnior, de 1851 a 1870. Em 1903, José Gonçalves Lestinho apareceu como editor, passando o cargo, a partir de 1907, a ser exercido por membros da família Bruges. Carlos Enes (Out.1996)