Morfologia comum apresentada por derrames lávicos, geralmente de natureza basáltica ou andesítica, que correram em ambiente subaquático (marinho, fluvial, lacustre ou subglacial). As lavas em almofada (ou pillow lavas) apresentam-se como digitações de forma aproximadamente cilíndrica, formada quando a superfície da lava solidifica em contacto com a água, formando um tubo que preserva a lava fluida no interior; a pressão interna da lava líquida provoca o rompimento da crosta com extrusão de mais lava e o consequente crescimento do tubo por formação de nova crosta. Os derrames lávicos formados deste modo são constituídos por empilhamentos destes cilindros que se vão moldando uns aos outros. Os espaços entre as almofadas encontram-se preenchidos por fragmentos clásticos, resultantes do desmantelamento das próprias almofadas, ou por sedimentos. O diâmetro mais comum dos cilindros é de 30 a 60 cm, mas pode atingir alguns metros.
Os fundos oceânicos, formados nas cristas médias, são constituídos por lavas em almofada e brechas resultantes da fragmentação das mesmas. A porção imersa das ilhas vulcânicas também é formada por empilhamentos de lavas em almofada, geralmente capeado por materiais vulcânicos subaéreos (formados fora de água). Em certas condições, como as que resultam de variações do nível do mar, levantamento das ilhas ou processos tectónicos do tipo obducção, as lavas em almofada podem ficar expostas acima do nível do mar.
As ilhas açorianas não são excepção, contudo as rochas vulcânicas subaéreas cobrem, na maior parte dos casos, os materiais submarinos. Na ilha de Santa Maria existem abundantes afloramentos destes materiais submarinos que constituem parte das unidades estratigráficas do Complexo do Touril, Complexo do Facho e Complexo do Pico Alto; os afloramentos mais espectaculares de lavas em almofada situam-se nas arribas em torno da Ponta do Castelo na zona sueste da ilha. Também nas Flores se conhecem materiais deste tipo. José Madeira (Mai.1997)