A Direção Regional da Cultura, através da Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, expõe a “Raridade” e o “Documento Histórico” do Mês, que estarão patentes ao público na vitrine da Sala de Leitura durante o mês de outubro de 2025.
A “Raridade” escolhida é uma edição, sem data, do texto de Oscar Wilde, “De Profundis” seguido da “Balada do Cárcere de Reading”, da Portugália Editora (fundada em 1942). Em “De Profundis” Wilde reflete sofre a vida e sobre o sofrimento. Trata-se de uma longa carta dirigida a Lord Douglas. Foi escrita na prisão de Reading, onde Wilde cumpriu uma pena de prisão, de 1895 a 1897, por “conduta indecente”. Já durante o seu exílio, em solo francês, o autor produziu a sua última obra, “A Balada do Cárcere de Reading” (1898), um poema no qual os duros ritmos da vida na prisão estão presentes. Trata-se de um exemplar pertencente à biblioteca pessoal de Marcelino Lima. Oscar Wilde nasceu no mês de outubro de 1854, em Dublin.
Para “Documento Histórico” do mês de outubro foi selecionada uma carta (de um conjunto de duas) de Vicente Alexandrino da Mota, autor de um assassinato cometido, por motivos de vingança, na freguesia da Ribeirinha, da ilha do Faial, na noite do dia 12 de novembro de 1837. Nesta carta, escrita na prisão, na ilha de São Miguel, Vicente dirige-se à viúva Maria Isabel da Silveira Linhares, de cuja casa era o administrador, num tom pesaroso e suplicante. Trata-se de um documento pertencente ao arquivo pessoal de Marcelino Lima. Na sua obra de carácter genealógico “Famílias Faialenses”, Lima refere-se à existência destas duas cartas e descreve, de um modo quase camiliano, este crime que abalou a ilha do Faial.