Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

forte do Porto Pim

A sua estrutura desperta perplexidade. Em vez de bater a rasante sobre a baía do Porto Pim, como imporia a sua localização, consta de uma bateria alta sobre o extradorso da abóbada de dois compartimentos, a ele se acedendo por uma escada de três lanços. E as três canhoneiras melhor posicionadas para bater a baía em extensão, nelas não pode funcionar a artilharia por serem abertas sobre o último lanço e o patim superior da escada. De pouco préstimo seriam as canhoneiras enfiadas ao areal que supostamente defendem, ou as que batem a terra, pois que a ameaça era, sobretudo, marítima. Estranhamente, ainda: para que a artilharia chegasse à plataforma, seria necessário içá-la à cabrilha, pela exiguidade da escada para lhe permitir o trânsito. Dir-se-ia que se trata de uma construção relativamente recente, assente no local de outra estrutura defensiva anterior (o reduto da patrulha ou o reduto da eira, na relação dos fortes do General *Castelo-Branco), mais modesta mas certamente mais funcional, tendo agora por destino principal servir de portão de acesso ao areal.

A primeira função que se lhe conhece (finais do século XIX) foi servir para depósito de carvão de pedra, madeiras e aprestes de navios. Presentemente abriga uma associação ambientalista. O forte do Porto Pim não deixa de ser uma nota histórica esteticamente agradável, a necessitar manutenção mas ainda em bom estado para a suportar, sobre a linha defensiva que, nele começando, seguia para a direita, com o *forte de São Sebastião a distinguir-se logo a seguir. Manuel Faria

Bibl. Barreira, C. G. (1995), Um Olhar sobre a Cidade da Horta. Horta, Núcleo Cultural da Horta. Faria, M. (1998), Tombos dos Fortes da Ilha do Faial. Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, 56: 91-133. Id. (1998), Revista aos Fortes das Ilhas do Faial e Pico. Ibid., 56: 277-349. Macedo, A. L. S. (1981), História das Quatro Ilhas Que Formam o Distrito da Horta. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional da Educação e Cultura, I-II [Reimp. fac-simil. da ed. de 1871].