(O. C. de Lima) [N. Porto, 25. 8. 1884 ? m. Lisboa, 27. 3. 1953] Foi jornalista estreando-se em 1903 e profissionalisando-se em 1910. Fundou, em 1906, a revista literária e crítica Livres, de que saíram 24 números. Esteve no Rio de Janeiro, onde colaborou em jornais brasileiros, fixando-se depois em Lisboa, onde se tornou muito conhecido. Trabalhou na redacção de A Capital, de O Século e outros e chefiou a redacção do República, mas a sua notoriedade veio-lhe, sobretudo, das reportagens que um pouco por todo o Portugal continental e ultramarino fez para o Diário de Notícias.
Foi camilianista apaixonado, tradutor de obras clássicas, escritor de teatro e livros de crónica.
Condecorado com o oficialato de Santiago de Espada, recusou.
Como jornalista do Diário de Notícias acompanhou, em 1924, a célebre visita dos intelectuais organizada por José Bruno Carreiro, publicando em livro, Terras de Maravilha, as crónicas que então escreveu, prefaciadas por Trindade Coelho, um dos visitantes. Em 1934, de novo como jornalista, acompanhou a visita do ministro Sebastião Rodrigues, à Madeira e aos Açores, preparando uma reedição do seu livro de crónicas, a que acrescentou outras dessa segunda viagem.
Estabeleceu profundos e duradouros laços de amizade e cumplicidade política com os conservadores açorianos que manteve até ao fim da vida. J. G. Reis Leite (2001)
Obra (1924), Terras de Maravilha. Os Açores e a Madeira. Porto, Ed. da Empresa Literária Fulminense. [2ª ed. 1944, revista e aumentada, Lisboa, José Francisco de Oliveira].