[N. Cinco Ribeiras, 6.1.1898 ? m. Angra do Heroísmo, 10.2.1965] Poeta popular e cantador. José Martins Pereira adquiriu aquela alcunha por razões que se prendem com a distribuição de leite, ainda muito jovem, dado que era empregado dum criador de gado leiteiro. Nascido no seio de uma família de cantadores e tocadores, aprendeu a tocar viola por volta dos 10 anos e começou a participar em bailes à antiga, festas de Reis e Pezinhos, com 15 anos. Na década de 40, organizou o primeiro grupo folclórico da ilha Terceira, por iniciativa da Comissão Distrital do Turismo. Poeta popular, autor de quadras para as Velhas e Cantigas ao Desafio, foi definido por Nemésio como «a mais castiça expressão poética do sentir e da alma do povo terceirense». O escritor, que com ele aprendeu a tocar viola, dedicou-lhe alguns versos. José da Lata participou nas gravações de recolha do folclore musical dos Açores, efectuadas pelo Professor Artur Santos. Nela ficaram registadas algumas das suas músicas originais. Em 1987, foi homenageado pela Junta de Freguesia da Terra-Chã, com uma placa na casa onde viveu quase toda a vida. Tem sido considerado como o melhor intérprete das modas regionais terceirenses, tendo actuado em várias ilhas e nos Estados Unidos da América. Carlos Enes
Discografia: José da Lata, O pastor do Verbo, Edição da Direcção Regional da Cultura, 2004.
Bibl. Costa, M. R. (2004), José da Lata, o pastor do verbo. Diário Insular, Suplemento de Artes e Letras, Vento Norte, Angra do Heroísmo, n.º 297, 16 de Setembro. Diário Insular (1965), Angra do Heroísmo, 11 de Fevereiro. Gomes, A. (1993), A alma da nossa gente ? repositório de usos e costumes da ilha Terceira, Açores. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional de Educação e Cultura / Direcção Regional dos Assuntos Culturais: 412-24. Neto, J. (2000), José da Lata é esta ilha. Grande Reportagem, Lisboa, Outubro. União (A) (1965), Angra do Heroísmo, 17 de Fevereiro.