Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Andrade, Júlio

(J. Dutra de A.) [N. Horta, 30.1.1896 - m. Lisboa, 23.2.1978] Filho de José Dutra de Andrade e de Águeda do Coração de Jesus. Diplomado na Escola do Ensino Normal da Horta (1915), leccionou em diversas freguesias da ilha do Faial. Muito cedo enveredou pelas letras, dedicando-se ao jornalismo, à poesia, ao teatro e à música.

Em 1917, publicou o seu primeiro livro de versos, Miragens (1918), contos e historietas, Esboços (1922), a peça de teatro Campestres e o livro de poesias Fumos. Em 1937, a peça musical em 3 actos, levada à cena, O Moleiro; em 1940, a peça Reviver, publicada em 1976, com o livro de poesias Os Açores. Em 1943 fixou residência em Lisboa onde, em 1950, publicou Cartas do meu Sentir, de cantares para o povo, fábulas e sonatinas, reeditado na Horta, em 1955. Em 1958, contos e crónicas Calhaus Rolados, porventura a sua melhor obra. Em 1960, editou em Lisboa a obra de maior fôlego de carácter folclórico, recolha de Bailhos, Rodas e Cantorias nas ilhas do Faial, Pico, Flores e Corvo, que a Câmara Municipal da Horta reeditou em 1997; em 1969 encerrou com o romance O último Carrasco Açoriano e o livro de poesias Limite. No jornalismo de feição literária dirigiu O Eco, 2.ª série; e com Manuel Silos, em 1920, o boletim quinzenal O Album, votado ao culto das letras. Em 1931 dirigiu A Horta Desportiva, simultaneamente com produções literárias e com o teatro, compondo e encenando a revista Língua. Muita outra produção ficou dispersa pela imprensa local. Na música, além de investigador do folclore, sobraçou a regência da capela da matriz da Horta. Júlio Da Rosa (Out.1997)

Bibl. Correio da Horta (1956), 18 de Outubro. Id. (1978), 27 de Fevereiro.