Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Brum, Eduardo Jorge da Silva

N. Rabo de peixe, ilha de S. Miguel, 10.9.1954] Estudou no seminário durante nove anos, mas desistiu do sacerdócio e abandonou aquela instituição em 1974, pouco depois do 25 de Abril. Estudou algum tempo na Faculdade de Direito de Lisboa, participando na agitação política da época, integrado num grupo do MRPP.

Emigrou para os Estados Unidos da América, onde viveu na Nova Inglaterra durane cinco anos. Aí começou a escrever, primeiro poesia e depois ficção, usando o pseudónimo de Vital Furão. Regressou a Portugal em 1980 vivendo em Lisboa, voltando à universidade, ao curso de Filosofia na Universidade Nova, mas desistiu de viver na capital e em 1989 regressou a Ponta Delgada, decidido a fundar uma empresa de publicidade. Abraçou o jornalismo, fundou um jornal, o Jornal de Ponta Delgada, mais tarde transformado em Jornal de S. Miguel e depois ainda em Expresso das Nove. É hoje, certamente, o mais conhecido jornalista açoriano, praticando um jornalismo de investigação e de crítica. É um crítico impiedoso da sociedade, dos meios literários e um defensor acérrimo das minorias e das marginalidades.

A sua poesia, que abandonou, é essencialmente experimentalista e de combate e a sua ficção, a que se dedica cada vez mais, segue a mesma linha, tendo como tema o homem, a liberdade e as difíceis relações entre as pessoas. J. G. Reis Leite (2002)

Obras principais (1983), Viviana o princípio das coisas. Lisboa, Vega. (1986), O Beijo. Lisboa, Ed. Europa-América. (1997), Sem Coração. Lisboa, Ed. Europa-América. (2000), Amor Com Sapatos. Lisboa, Ed. Europa-América.

 

Bibl. Carvalho, R. G. (1979), Antologia Poética dos Açores. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional de Educação e Cultura, II: 473 e segs. Expresso das Nove (1997), 6º sentido. Suplemento Cultural. Ponta Delgada, 290, 2 de Maio [entrevista].

 

 

Adenda
(…)
Paralelamente à sua atividade profissional como gestor, e após um interregno de onze anos na carreira de escritor, em 2000 voltou a publicar com o lançamento da revista literária Ficções, da qual foi um dos responsávei, dedicada à publicação de contos e dirigida por Luísa Costa Gomes. Em 2001, editou Horas Vadias, em 2003 chegou às livrarias Prazer em Pó e em 2006 publicou Não Chores pela Minha Morte. Em 2011, a publicação em papel do seminário Expresso das Nove foi suspensa. Ranu Costa (2022)