Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Sousa, Fernando Maria de

[N. Horta, 1867 ? m. Marco de Canaveses, 1914] Poeta. Primo pelo lado materno de Carlos e Roberto de Mesquita, talvez trineto de Manuel Inácio de Sousa, seu pai, oficial náutico, morreu com o barco que comandava. Fernando de Sousa ainda jovem, terá estudado a expensas da companhia armadora desse navio, primeiro em Lisboa e depois na Horta e em Coimbra onde terminou o curso de Leis, em 1896 (cf. Lima, 1943: 723; Silveira, 1977: 191). Advogou e era conservador do Registo Predial quando morreu.

Nos primeiros anos de Coimbra interessou-se pela política e foi um dos estudantes que, no fim de 1890, secundou a revolução portuense de 31 de Janeiro. Colaborou com a imprensa republicana, nomeadamente n?A Azagaia, e foi preso várias vezes como agitador (cf. Silveira, 1977: 191).

Todavia, foi como poeta que ficou conhecido. Marcelino Lima considera-o um dos melhores poetas faialenses do último quartel do século XIX (Lima, 1943: 574). Em 1883, já publicava versos. Primeiro influenciado por Guerra Junqueiro, depois pelos parnasianos Gautier e Coppée. Quando na Horta, em 1887, deixou colaboração n? O Açoriano, que mostra influências de Richepin e Baudelaire. Simbolista desde 1892, no ano seguinte anunciou a publicação, não concretizada, do livro de poemas Via Sacra (cf. Silveira, 1977). Luís M. Arruda

Bibl. Lima, M. (1943), Anais do Município da Horta. Vila Nova de Famalicão, Oficinas Gráficas Minerva. Silveira, P. (1977), Antologia de Poesia Açoriana do século XVIII a 1975. Lisboa, Sá da Costa.