Governo dos Açores - Secretaria Regional da Educação, Ciência e Cultura - Direção Regional da Cultura

Severim, José Maria do Couto

[N. Angra do Heroísmo, 29.6.1830 ? m. Ponta Delgada, 2.9.1865] Poeta. Foi viver desde cedo para São Miguel, recebendo aí a formação adequada à época: latim e latinidade, francês, matemática, filosofia e retórica. Aos dezassete anos de idade iniciou a carreira de funcionário público, como aspirante da alfândega de Ponta Delgada. Em 1855, passou a ocupar o lugar de escrivão da Conferenciada. Em 1854, casou com Raquel Bensaúde, facto que foi bastante contrariado pela família dela, praticante da religião judaica. Toda esta oposição poderá ter contribuído para reforçar essa paixão, que acabou num rapto efectuado por Couto Severim, a fim de casar. Esta situação influenciou bastante o percurso do poeta que exprimiu nos seus versos toda a melancolia e sentimentalismo. Ruy de Galvão considera-o um «poeta de inspiração romântica, sincera e espontânea», enquanto Pedro da Silveira caracteriza a sua poesia como muito marcada «de lugares-comuns ultra-românticos». Francisco Supico refere ter sido ele o autor da letra do hino do Teatro Micaelense, mas não era um poeta de «levantada inspiração». Colaborou em jornais e revistas, nomeadamente a Revista dos Açores, mas acabou por não publicar os seus versos. Viveu os últimos anos sofrendo o embate de uma doença pulmonar e os parcos recursos resultantes da reforma. Carlos Enes

Bibl. Cabral, R. (1868), José Maria do Couto Severim, Jornal do Grémio Litterario d?Angra do Heroísmo, n.º 15, 1 de Outubro. Carvalho, R. (1979), Antologia poética dos Açores. Angra do Heroísmo, Secretaria Regional de Educação e Cultura, I: 53. Silveira, P. (1977), Antologia de poesia açoriana do século XVIII a 1975. Lisboa, Sá da Costa: 127. Supico, F. (1995), As Escavações. Ponta Delgada, Instituto Cultural de Ponta Delgada, II: 745-48.