12 meses, 12 peças: junho

Tema: Exposições/Exhibitions
Contactos:
Rua das Alcaçarias
9850-011 Calheta
Telefone: 295 416323
Fax: 295 416555

http://www.museu-franciscolacerda.azores.gov.pt/
Data: 2025-06-04 até 2025-07-05
Local de Realização: Museu Francisco de Lacerda
Ilha: São Jorge

Concelho: Calheta

12 meses, 12 peças: junho

Chavões

 

Objeto esculpido manualmente em madeira, com a função de carimbo de duas faces, utilizado para marcar bolos de véspera. Estes bolos sovados à mão até se obter uma massa macia e lisa (chamada “flor perfeita”), depois de lêvedos, são decorados com as marcas esculpidas nos chavões e cozidos em fornos de lenha. Posteriormente, são distribuídos à população nos arraiais das festividades em louvor do Divino Espírito Santo.

 

Contexto histórico: Desconhece-se a data de início da utilização de chavões no arquipélago. Sabemos, contudo, que existiram em diferentes regiões de Portugal continental. No Alentejo, eram designados por "pintadeiras" e "chavões" e tinham como função principal imprimir uma marca no pão e nos bolos festivos, cozidos em fornos coletivos.

A iconografia botânica é a que mais se destaca na decoração dos chavões, com uma grande variedade de elementos florais e vegetais. Seguem-se os símbolos religiosos, representados por cruzes, cálices e coroas.

Alguns destes símbolos correspondem à iconografia simbólica do Espírito Santo, como a coroa, insígnia e símbolo de reconhecimento, e a pomba, representação do Divino Espírito Santo, da Terceira pessoa da Santíssima Trindade. Estes e outros elementos, encontrados nos chavões, remetem-nos para um imaginário primordial da celebração do Divino Espírito Santo – a entrada num novo ciclo, ligado à terra, ao culto do ressurgimento e da fecundidade.